quinta-feira, 1 de março de 2012

A saga dos dentes de leite....


Esta semana um dos meus primos chocou de frente com uma certa fase do nosso crescimento. O cair dos dentes de leite.

E digo que ele chocou de frente porque caíram-lhe logo dois dentes de uma vez. E logo os dois dentes de cima à frente! (A isto chama-se piada a longo prazo, aprendam que eu não duro sempre!)

A esta distância parece algo insignificante, mas quando passamos por aquela fase aquilo é o equivalente à Guerra do Vietname!

Mas este choque frontal do meu primo fez-me lembrar um dos episódios mais traumáticos da minha infância. Estava nessa idade maravilhosa que são os 8 anos quando os dentes de leite resolveram que já tinham visto o suficiente e que o seu trabalho estava feito e podiam ir á vidinha deles.

Mas houve um dente que pensou em ficar, mesmo já tendo o vizinho do rés-do-chão a entrar-lhe pelo chão da sala adentro! E foi aqui que entrou o meu avô. Segundo ele tínhamos de tratar daquilo “o mais depressa possível”.

A mim cheirou-me que aquilo era capaz de doer. E eu tudo o que tem o potencial de aleijar evito. É uma mania minha.

Ideia brilhante do meu avô à qual eu não tive maneira de fugir: prender uma ponta de um cordel ao teimoso do dente e a outra ponta à maçaneta da porta do quarto.

E o fim da história já vocês estão a ver. Se o dente saiu? Ai não que não saiu, que remédio teve ele! O safanão da porta foi tão grande que acho que a própria gengiva pensou em aproveitar a boleia. Felizmente é muito indecisa e à última da hora decidiu ficar.

Só sei que o dente saiu e que eu ainda hoje tenho aqui uma dor. No orgulho. Porque chorei que nem uma menina que está a fazer birra no hipermercado porque quer uma boneca.

Felizmente o vizinho do rés-do-chão não desistiu de comprar o espaço. Senão tinha-me metido em sarilhos! Tinha ficado a perder dinheiro e o meu avô bem me podia ouvir!

Felizmente hoje em dia as crianças não são sujeitas a estes métodos. Mas se eu hoje sou um homenzinho em parte foi devido aquele safanão. Pelo menos gosto de pensar que sim, sejam bonzinhos e concordem comigo ó faz-favor!

1 comentário:

A Dita-Cuja disse...

Hilariante! Também partilho dessa experiência, o meu pai, ao mínimo abanão, tratava logo do caso, com esse famoso método, por mal dos meus pecados. LOl