terça-feira, 17 de julho de 2012

Entrevista exclusiva com os Macacos do Chinês!

Desta vez trago-vos algo diferente. Pela segunda vez na história deste blogue tenho para vos oferecer uma entrevista exclusiva, desta vez com os sobejamente conhecidos Macacos do Chinês! Deliciem-se com as suas respostas! Aqui ficam o meu sentido obrigado aos Macacos do Chinês e à Ana Borges por tornarem esta entrevista exclusiva possível: Muito Obrigado! :)



1- Antes de mais temos que abordar o nome da vossa banda, porquê "Macacos do Chinês"?  Chegaram a considerar outros jogos de infância para o nome da banda? "Os Cabra Cega" ou "Os Reis Mandam" parecem-me opções alternativas muito válidas....qual a vossa opinião sobre estas minhas opções?
São boas opções, mas na altura nem pensámos muito em alternativas depois de nos lembrarmos de Macacos do Chinês. O nome surgiu por ser em português e ser parvo e ao mesmo tempo falar de um jogo que faz parte de um legado cultural que queríamos ir beber. O nome surgiu pois permitia-nos ter uma atitude na nossa música sem muitos limites.

2- Como surge o vosso projecto? O que os levou a formar uma banda?
O projecto surge da vontade de ouvir a música que andava na nossa cabeça, e ao início eram mesmo só 3 pessoas a fazer música só pela diversão. Após termos um grande feedback no myspace na altura e termos sido convidados para ir tocar a Londres num festival, decidimos levar a sério o projecto e a banda formou-se. Não era uma opção para nós fazermos o formato dj - mc.

3- Como chegaram à Enchufada e como começou a vossa colaboração?
A Enchufada foi um processo natural. É pessoal que já conhecemos desde há muitos anos e as ligações são deep. Quase nem houve muito que pensar, surgiu o convite e siga para bingo.

4- As diversas redes sociais onde estão presentes são plataformas importantes para darem a conhecer o vosso trabalho?
Sim sem dúvida. Nós se calhar tivemos sorte por termos apanhado o auge do myspace e termos tido um bom buzz na altura em que começámos. É incontornável o poder das plataformas sociais para espalhar o nosso trabalho.

5- Aquando a Gala dos 15 anos da TVI interpretaram a "Tourada". O desafio partiu da TVI ou foram vocês que escolheram interpretar uma versão adaptada da "Tourada"?
O desafio partiu da TVI. Na altura deram-nos a escolher alguns temas que tinham participado no Festival da Eurovisão, alguns clássicos como a "Desfolhada" e "Sobe Sobe Balão Sobe", mas a “Tourada” apelou-nos mais, pela música em si e pelo formato se enquadrar mais com a voz do Alex, que é quem canta a parte que o Ary dos Santos escreveu e o Fernando Tordo cantou.

6- Nos vossos concertos tocam essa versão da "Tourada"? Alguma vez obtiveram algum tipo de feedback do próprio Fernando Tordo em relação a essa vossa interpretação?
Já a tocámos algumas vezes, mas também depende do sítio onde vamos tocar. Tivemos o privilégio de tocar a nossa versão à frente do Fernando Tordo e ele deu o seu feedback, positivo seja dito (risos). Disse ainda que o Ary dos Santos se estivesse vivo subscreveria as adendas que o Miguel escreveu para a versão. É algo de que estamos todos orgulhosos.

7- Lançaram recentemente um novo disco, não é assim?
Temos um disco novo em mãos, "Vida Louca", que estamos a promover neste momento, temos já 2 singles cá fora com vídeo, "Dai-me Forças" e "Selva", e mais se avizinham. Temos planos de fazer mais vídeos e lançar uma mixtape ainda em 2012.

8- Quem tiver ficado curioso e quiser conhecer o vosso projecto onde o pode fazer?
Pode faze-lo na nossa página www.macacosdochines.com ou então ir ao nosso Facebook:  www.facebook.com/mdcfans Temos também um canal youtube e um soundcloud.







Bebés


Esta semana vamos falar sobre crianças, mais concretamente bebés. E começa logo pela forma de escrever e pelo acento. É que inicialmente parece que a palavra tem dois acentos, mas afinal só tem um. Eu até escrevia com dois, mas o corrector ortográfico diz-me que é só com um e eu sou um purista da escrita. Mas não deixem de pôr acentos, se não fica estranho e pode originar algum mal-entendido.

Indo ao tema propriamente dito, e antes de falarmos dos bebés, temos de falar das grávidas. Sou o único a achar que quando temos alguma amiga ou familiar grávida parece que aparecem grávidas de tudo quanto é sítio? Nessas alturas para onde quer que olhemos está lá uma grávida, é impressionante! É um autêntico fenómeno da multiplicação.

Depois, durante a gravidez passam todas a falar em semanas. Mas de forma literal! E curiosamente ou não são sempre números que nos obrigam a fazer um sem-fim de contas para perceber de quantos meses está a pessoa afinal, do género: “De quantas semanas está? Estou de 32 semanas!” Não é por nada, mas isto é claramente bullying às pessoas que têm a matemática como o seu calcanhar de Aquiles! Entretanto o bebé há-de nascer e mesmo antes de a mãe o ver certamente que vai dizer: “Não é por ser meu filho, mas é um bebé lindo não é?” E quem feio ama belo lhe parece por isso tudo bem.

Depois de o bebé nascer, deixam de falar em semanas para falar em meses. Porque os petizes não têm um ano e dois meses, têm 14 meses. O que, mais uma vez, nos vai levar a fazer contas de cabeça durante uns bons minutos até perceber a real idade da criança. Isto para mim só tem um nome: sadismo!

Mais cedo ou mais tarde a criança há-de se aleijar, mesmo que seja de forma insignificante, e aí entra uma das grandes tradições que é o tão conhecido: “Deixa a mãe dar um beijinho que isso já passa!” Ou seja, é mãe a tempo inteiro e curandeira em part-time, é isso? Porque carga d’água é que um simples beijo da mãe, da tia, ou de qualquer outro familiar, tiraria as dores de forma instantânea? É o cúmulo da inocência, cá pra mim.

Mas há outros dramas, como por exemplo aquelas alminhas que acham que é boa ideia dar ao filho o nome do pai ou o nome da mãe. E depois, durante toda uma vida cada vez que chamar-mos o António lá vem a pergunta: “Tás a chamar-me a mim ou ao meu pai?” O cúmulo é quando para além dos nomes, pais e filhos partilham também as roupas e aparecem vestidos de igual! É como se tivessem um duplo, mas eu formato económico. Este drama ganha especial relevância quando falamos de irmãs gémeas. Portanto, já são gémeas e totalmente iguais e eles para ajudar vão vesti-las de igual. Está certo, tem lógica sim senhor! É impressão minha ou este é mais um exemplo de sadismo? Não é preciso responderem que eu já sei que concordam comigo.

Bom, e por esta semana estamos conversados. Para finalizar deixo-vos a seguinte mensagem: Façam o amor e não a guerra. Ou o contrário se fizer menos barulho. Pode ser? Muito Agradecido.

Até para a semana e façam bebés que Portugal bem precisa (mas só dos bonitos que dos feios já cá temos muitos, ok?)

Quente & Frio


Quem, como eu, cresceu nos anos 90 desfrutou de uma liberdade só possível graças ao facto de a internet só chegar em força uns bons anos depois. Os computadores eram caros, a internet era lenta e também ela estava acessível apenas para alguns lares. E, para quem cresceu no início dos anos 90, isso não era um problema porque não sabíamos bem o que era a internet e porque não conhecíamos as suas potencialidades. Era algo de completamente novo e diferente que com o passar do tempo teve um desenvolvimento totalmente inesperado e que superou as expectativas de tudo e todos!

Estávamos portanto habituados a viver sem a internet e não passávamos horas infindáveis em frente a um ecrã de computador. Passávamos todo o tempo que pudéssemos ou em casa de amigos (ou recebíamos os amigos na nossa própria casa) ou na rua a fazer mil e uma coisas, normalmente disparates.

Uma das brincadeiras mais popular era o “Quente & Frio”! Para quem não está familiarizado o conceito é bastante simples: algo era escondido em alguma parte da casa (ou da rua, dado que nem sempre o jogo acontecia em casa) e quem tinha escondido o objecto dava indicações aos restantes em formato de temperaturas. Que é como quem diz “quente” para quando estavam próximos e “frio” para quando estavam longe.

Parte da magia do jogo estava na esperteza no momento de esconder o objecto e na destreza e rapidez no momento de o encontrar. Mas era igualmente vital a forma como prestávamos indicações sobre a distância a que se encontravam do objecto! Porque para além do “tradicional” quente e frio mais expressões eram utilizadas, como por exemplo: “Tá tipo iceberg. Agora parece uma pedra de gelo. Agora estás mais perto, está “só” gelado, ligeiramente frio, agora tá morno. Está a ficar quente…está ainda mais quente. Está a escaldar!”

E agora que já consegui encontrar o vosso interruptor da nostalgia e o botão da saudade vamos à parte que ninguém quer admitir: a batota.  A batota era abundantemente praticada por todos, a pontos de ninguém reclamar dado que todos a fazíamos a certo ponto! Neste jogo em particular era bastante fácil desnortear os adversários e fazê-los andar às voltas até chegarem ao destino pretendido.

Em criança/adolescente a imaginação e a capacidade de improviso está ao máximo e foi fazendo uso dessas habilidades que um dia aconteceu o jogo de “Quente & Frio” mais original de sempre! Eu morava no rés-do-chão enquanto que um dos meus amigos morava imediatamente por cima, sendo que eu possuía um quintal de dimensões reduzidas (mas com a medida certa para valentes tardes de brincadeira e correria) e o meu amigo uma janela de amplas dimensões virada para o meu quintal! Certo dia nem eu podia ir a casa do meu amigo, nem ele podia vir à minha (o motivo não me recordo, mas não interessa para o caso em questão), contudo eu podia estar no quintal e ele podia estar à janela.

Obviamente que aproveitámos essa lacuna para fintar os nossos castigos e ter uma animada tarde de brincadeira! Mas não havia objectos para esconder, por isso como bons portugueses que somos, improvisámos e adaptámos o jogo a nosso belo prazer. O objectivo passou a ser descobrir qual flor ou planta escolheu o adversário. Pequena adaptação que nos conduziu a belos momentos de diversão. Naturalmente que houve espaço para a batota e para a aldrabice, mas à época nenhum de nós se importava verdadeiramente com isso: perder um jogo era motivo para nos aplicarmos a dobrar no seguinte.

Posta esta descrição que tal irmos todos ali para a Expo e fazermos uma mega sessão de “Quente & Frio”? Eu alinho, aliás já estou a caminho e tudo! Não se atrasem, levem objectos que possamos esconder e nem pensem em fazer batota senão levam um calduço!

Até pra semana gente bonita!

A que categoria pertence? (Parte 2/2)


Ora bem, temos um assunto pendente não temos? Temos sim senhor, não se façam de desentendidos! Para quem perdeu o “episódio” anterior vamos lá recapitular o essencial: este vosso amigo que vos escreve todas as semanas tratou de dividir os passageiros dos transportes públicos em categorias (por transportes públicos entenda-se comboio e metro, não é que despreze os outros, apenas não os frequento): os dorminhocos, os “semi-intelectuais” e aqueles que falam ao telemóvel demasiado alto.

Vamos a isto então? Sou um único a ficar extremamente irritado com aquele tipo de pessoas que vão a ouvir música em altos berros em pleno comboio? Atenção que eu não sou contra o ouvir-se música! Muito pelo contrário, dado que eu mesmo não consigo passar um único dia sem ouvir música. Sou contra é o ouvir-se música no máximo obrigando todos os restantes passageiros a ouvir aquela música! E porque será que sempre que isso acontece a música nunca, mas nunca, se aproveita? Das duas uma: ou é uma música foleira ou que já passou de moda (actualmente um bom exemplo é o “Ai se eu te pego”) ou então é música totalmente imperceptível, como por exemplo música indiana. Não é por nada mas parece que o volume da música é inversamente proporcional ao bom gosto.

Acho particular piada a todos aqueles que têm a mania que são seguranças. Aqueles que aconteça o que acontecer vão sempre bem junto à porta e fazem questão de carregar no botão para que as portas se abram apenas no preciso momento em que eles querem, estão a ver esse tipo de pessoas não estão? E como se tudo isto não chegasse ainda fazem questão de estar mesmo no meio do caminho tendo assim que obrigar os passageiros que pretendem entrar e sair do comboio a pedir “com licença, deixa-me passar sff? Obrigado”! É o típico “poderzinho” tão português! Se ele se podia desviar e deixar as pessoas passar? Podia, mas não era a mesma coisa! Para mim a cereja no topo do bolo é quando eles vão com as mãos atrás das costas, tal qual um segurança de um estabelecimento nocturno. Só falta falarem no consumo mínimo!

No final deste texto impõe-se a questão: mas afinal a que categoria pertences tu? Devo confessar que não pertenço a uma categoria, mas a várias. É verdade, a sério! Admito que aproveito as viagens de comboio para recuperar algum do sono perdido. Mas eu tenho uma relação muito “especial” com os meios de transporte porque acabo sempre por adormecer, mesmo que não tenha sono! Mas também me confesso como um apaixonado pela leitura logo não poucas vezes leio alguns livros durante as viagens (o que dá um jeitão não só para ocupar o tempo como também para acelerar o ritmo de leitura e chegar rapidamente ao final do livro). Finalmente admito que é possível que uma ou outra vez já tenha falado ao telemóvel um pouco alto demais, mas isso é porque a minha voz é grave e falo naturalmente alto, não tenho culpa!

Muitas mais categorias podiam ser exploradas mas estas são de facto as mais comuns. Agora o que é incontestável é que cada viagem de comboio ou metro é uma odisseia onde nos deparamos com as personagens mais improváveis, tornando cada dia único e diferente à sua própria maneira! Nunca se sabe se um dia destes não regresso a este tema….

A que categoria pertence?


Vamos falar de transportes públicos? Vamos pois, ainda bem que estão de acordo! E mesmo que vocês não quisessem íamos falar na mesma que sou eu que decido os temas dos textos para esta rúbrica! “Mas vamos falar da divida dos transportes públicos e das greves constantes e sem sentido?” Não, para isso já temos muitos comentadores na nossa praça! Vamos antes aqui dissecar os diversos tipos de passageiros que existem!

Para quem é um utilizador diário dos comboios e do metro como é o meu caso não é difícil elaborar toda uma tese de mestrado sobre os diversos tipos de passageiros que encontramos diariamente!

Comecemos pelo mais comum: o dorminhoco! Dentro desta categoria temos os dorminhocos profundos, que são aquelas pessoas que aconteça o que acontecer simplesmente não acordam. Dá a sensação de que mesmo que o comboio estivesse repleto de hooligans a entoar todos os cânticos de todas as claques do mundo eles iriam acordar. Eu pessoalmente rio-me bastante a ver os passageiros que integram esta categoria, principalmente aqueles cuja cabeça não para de teimosamente cair, dando azo a autênticas cabeçadas na atmosfera, qual Hélder Postiga que isolado e com baliza aberta consegue cabecear á barra e no remate seguinte acertar na bandeirola de canto.

Vamos a outra categoria? São os semi-intelectuais! Ou seja, são todos aqueles que aproveitam as viagens de comboio e metro para colocar a leitura em dia. E aqui temos de tudo, de um extremo ao outro: desde aquelas senhoras de meia-idade que formam autênticas tertúlias ambulantes onde discutem as temáticas abordadas nas revistas cor-de-rosa, até aos individuos que lêem Dostoievski ou mesmo um Dan Brown. Confesso que admiro quem consegue andar com autênticos tijolos todos os dias! É que parecendo que não há livros que estão mais próximos da categoria de “objectos de arremesso” que da categoria “livros”.

Categorias há que conseguem simultaneamente ser cómicas e estupidamente irritantes, como aquelas pessoas que falam ao telemóvel no comboio. Existem portanto dois graus diferentes: aquele tipo de pessoas que apenas fala demasiado alto ao telemóvel sem qualquer justificação fazendo com que não só os restantes passageiros do comboio como toda a população num raio de vinte quilómetros fiquem a saber todos os detalhes da sua vida. E por outro lado temos os cómicos, que são aqueles que falam através de um pequeno auricular que fica escondido na orelha induzindo em erro os que o rodeiam. Ou seja, faz com que toda a gente à sua volta pense que está a manter um diálogo consigo mesmo! Estes casos acontecem muito mais frequentemente com as mulheres visto possuírem cabelos longos que tapam totalmente o referido auricular.

Estar apaixonado


Estar apaixonado é a melhor sensação do mundo e só quem nunca esteve realmente apaixonado é que pode dizer o contrário. Este é um texto que vem completar uma trilogia sobre o amor. Primeiro foram as várias formas que o amor assume ao longo dos anos e a forma como ele evolui, depois a rejeição e agora o estar apaixonado.
Estar apaixonado é como que receber uma dose dupla de energia, é sentirmo-nos a pessoa mais feliz do mundo, é ter sempre os olhos a brilhar, é não conseguir pensar em mais nada nem em mais ninguém a não ser “naquela” pessoa e no momento em que a vamos rever. É querer estar sempre com essa pessoa e estar disposto a fazer tudo, e quando eu digo tudo é mesmo tudo, para estar dois minutos com ela e trocar meia dúzia de palavras. É ter um arrepio na espinha e um friozinho na barriga sempre que vemos a pessoa amada. É não ver nem ouvir mais ninguém mesmo que estejamos no meio da multidão.

É estar sempre a olhar para o telemóvel e a roer as unhas enquanto ela não responde à mensagem que lhe mandámos. É ficar com o coração nas mãos se não temos uma resposta passados dez minutos pensando logo o pior. É esperar ansiosamente pelo momento em que os nossos lábios e os dela se vão reencontrar e como se aquele fosse o último beijo antes do Juízo Final. É perder o fôlego enquanto esse mesmo beijo acontece, qual asmático que em pleno ataque de asma revira toda a casa procurando pela sua bomba. É fazer dessa pessoa o nosso último pensamento antes de adormecermos e o primeiro assim que acordamos. É enviar uma mensagem a dizer “boa noite, dorme bem” antes de nos deitarmos e uma a dizer “bom dia, lembrei-me de ti ao acordar” quando nos levantamos. É querer partilhar com ela todos os momentos, inclusivamente os mais pequenos e aparentemente insignificantes.
É sentirmo-nos preenchidos e completos quando estamos lado a lado. É dar mais valor aos pequenos gestos como dar as mãos. É redescobrir o quão bom pode ser um abraço. É ser capaz de correr a meia maratona ou de ir a Fátima a pé para satisfazer um pedido ou fazer uma vontade à pessoa amada. É ter ciúmes quando o alvo principal da atenção da pessoa amanha não somos nós. É ser egoísta ao ponto de não a querermos partilhar com mais ninguém nem com a família ou os amigos.

É não gostar de ver outros homens a olhar para o decote ou para os minicalções que a nossa “mais-que-tudo” tem vestidos. É achar que todos os homens presentes na praia estão de olhos bem fixados na nossa paixão e no seu bikini bem mais reduzido do que seria se fosse ao nosso gosto. É achar que todos os comentários e risos entre homens quando ela passa são piropos indecentes envolvendo actividades demasiado físicas e certamente bem longe do limite invisível por nós traçado.

Sabemos que estamos realmente apaixonados quando gostamos de tudo o que a outra pessoa faz ou diz e quando até os mais irritantes defeitos passam a ser “fofinhos” ou “queridos”.

Quer queiramos quer não tudo tem um fim, tudo está à partida condenado a terminar. O que nos compete é dar sempre 200% para tornar estes períodos cada vez mais prolongados no tempo adiando assim sucessivamente a despedida final. Compete-nos viver intensamente todos os segundos e aproveitar cada instante como se fosse o último. Compete-nos amarmos os outros como nos amamos a nós próprios e dizer tudo o que sentimos e queremos dizer em tempo útil, não deixando pra amanhã o que podemos dizer ou fazer hoje.

O amor é perito em nos pregar rasteiras, em nos empurrar das escadas abaixo e fazer-nos sofrer de diversas formas e o cupido tem prazer em nos enganar acertando-nos com as suas flechas quando devia de estar quieto no seu canto. Mas nós temos de ser capazes de superar tudo isso, de colocar o nosso olhar no horizonte e pensar no que o futuro nos reserva e não no aconteceu no passado. Não nos devemos esquecer do que aconteceu, mas também não devemos de viver obcecados com isso.

Vivam intensamente, apaixonem-se, não tenham medo de errar e mantenham o olhar colado ao horizonte e nunca ao espelho retrovisor.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rejeição


Rejeição. Poucos sentimentos são tão dolorosos como este. E se pensa que é só nas relações amorosas que a rejeição está presente está profundamente enganado.

Obviamente que as relações amorosas são o principal exemplo, mas as situações possíveis são diversas. Estar apaixonado é maravilhoso. Parece até que sentimos tudo de forma muito mais intensa. Mas mais maravilhoso ainda é saber que esse sentimento é reciproco e que a outra pessoa sente o mesmo por nós. Isso sim é o verdadeiro amor. Mas saber se esse sentimento é mútuo ou não nem sempre é fácil e pode originar confusões, mal entendidos e desilusões.

O facto de nós gostarmos daquela pessoa especial, daquela amiga mais próxima e que é sempre tão querida para nós (porque nestes casos há sempre amizades há mistura, não é?) não significa que ela sinta o mesmo. E há um momento em que decidimos avançar e temos “A” conversa. Aquele momento em que respiramos fundo e avançamos destemidos em direcção ao precipício, mesmo sabendo que as probabilidades de sucesso são semelhantes às de Portugal vencer o Euro 2012. E a dita conversa na esmagadora maioria dos casos é assim que decorre: um avanço da nossa parte, o espanto espelhado no rosto contrário e uma recusa em tom amigável que nos faz dar um passo em frente rumo ao abismo, fazendo-nos perceber que tudo o que pensávamos serem sinais eram afinal de contas situações perfeitamente normais ou gestos queridos mas sem segundas intenções.

Ainda dentro das matérias do coração podemos também falar das relações de curta duração, ou seja, daquelas relações que parecem ter tudo para funcionar mas que subitamente acabam. E dependendo das relações tanto podemos estar do lado de quem rejeita como do lado do rejeitado, e escusado será dizer de que lado custa mais estar… O modo como vivemos o pós-final de relação depende da personalidade de cada um e de como for o final em causa, mas paira sempre no ar o sentimento de frustração, de termos sido apenas “usados” e de rejeição.

Mas a rejeição também acontece entre os amigos. Quem não foi já excluído do grupo de amigos(as) porque os restantes estão todos a falar sobre algo que para nós parece mandarim? Ou então quando parece que toda a gente pertence ao FBI e está a falar por código deixando-nos completamente à toa sobre tudo o que está a ser falado? Ah pois é, já nos aconteceu a todos pelo menos uma vez na vida. E nessas alturas que sentimento nos passa pela cabeça e pela alma? Rejeição, lá está. Agora o que mais irrita é quando esse grupo não só se apercebe que está a excluir alguém como ainda por cima parece estar realmente a ter prazer de o estar a fazer, isso sim deixa-me possesso!

Obviamente que este tipo de situações é diversas vezes involuntário e nem sequer tem malicia, mas não deixa de nos afectar. E verdade seja dita que já todos nós estivemos nos dois lados da barricada e também já contribuímos para fomentar em alguém o sentimento de rejeição.

Por isso lembre-se: “Evite a rejeição. Pratique a integração!” E eu nem sequer vou aqui dissecar os segundos sentidos deste lema….é que nem vou sequer começar!

O que é o amor?


O que é o amor? Em que medida é que o nosso conceito de amor vai mudando ao longo da nossa vida e do nosso crescimento e amadurecimento?

Por exemplo, quando somos muito petizes o que é o amor para nós? O amor é gostar de alguém. É gostar desse alguém sem saber bem porquê, apenas porque sim. É gostar de brincar com essa pessoa. É querer estar com essa pessoa. Colocar em prática esse amor é dar as mãos. É dar um beijo na face. É dar por vezes um beijo maroto nos lábios, não porque se sabe o que tal significa ou representa mas porque sabemos que ainda não é suposto o fazermos e como crianças que somos queremos sempre crescer demasiado depressa. Isto é o amor para os muito petizes.

Depois vem a adolescência….uiiii a adolescência, que dor de cabeça não é? Esta fase é caracterizada por um misto de emoções, sentimentos, uma luta entre o crescimento físico, psicológico e mental, fase de dramas e de rebeldias e de formação da personalidade. E a tudo isto ainda temos de adicionar o acordar para o amor, a paixão e o começar a olhar para o sexo oposto com os chamados “olhos de ver”. Nesta fase tudo é feito por impulso, tudo é muito exagerado e pautado por passagens frequentes pelos extremos porque somos jovens, porque temos energia para dar e vender, porque nos queremos mostrar ao mundo. Esta é a altura em que estamos dispostos a correr os maiores riscos, que todas as loucuras parecem saudáveis e perfeitamente normais se isso significar estarmos dez minutos com quem amamos.

Mas esta fase passa e acabamos por crescer e amadurecer. Chegando então à fase adulta, a tão desejada e ambicionada fase adulta. Aquilo com que sonhamos toda uma vida. Mas tal como certamente nos vai acontecer muitas outras vezes vamos dar por nós a dizer um “ah ser adulto é isto? Podiam ter avisado que eu tinha-me ficado pela adolescência!”. Esta é a altura em que estabilizamos, continuaremos a ter os sentimentos à flor da pele, demasiada energia, alguma impulsividade e ainda alguma rebeldia sem nunca esquecer umas quantas passagens pelos extremos. Mas regra geral tudo é muito mais calmo e pacífico. Aqui sim percebemos o que é o amor, o que é a paixão, descobrimos que temos de dar tudo de nós ao outro sem esperar nada em troca. Mas também percebemos que o amor não é para sempre, que tudo tem um fim. Que o facto de gostarmos de alguém não implica necessariamente que esse sentimento seja retribuído de igual forma pela outra pessoa. Que podemos sofrer por amor e que a vida muitas vezes é injusta.

O amor é algo lindo e maravilhoso, mexe connosco e com os nossos sentimentos mas pode ser traiçoeiro e muitas vezes apenas espera que na longa estrada da vida apareça uma curva apertada para nos pregar uma rasteira ou para nos encandear a vista com o sol brilhante.

Por fim vem a velhice. É o fechar de um ciclo. Novamente tudo muda: a nossa mobilidade é mais lenta e reduzida. As baterias parecem caminhar para o fim e longe vão os tempos em que tínhamos energia para dar e vender. Somos calculistas e de impulsividade muito pouco resta. Mas continuamos a sentir o amor e a paixão, continuamos a querer estar ao lado da pessoa amada cada segundo da nossa existência. Voltamos a dar importância aos gestos mais simples e dar a mão naquele momento importante deixa de ser algo banal e passa a ser valorizado pela pessoa amada. Voltamos aos tempos de infância onde o simples gesto de dar a mão era uma prova de amor eterno à pessoa amada. É no fundo um fechar de ciclo.

Estar apaixonado


Estar apaixonado é a melhor sensação do mundo e só quem nunca esteve realmente apaixonado é que pode dizer o contrário. Este é um texto que vem completar uma trilogia sobre o amor. Primeiro foram as várias formas que o amor assume ao longo dos anos e a forma como ele evolui, depois a rejeição e agora o estar apaixonado.

Estar apaixonado é como que receber uma dose dupla de energia, é sentirmo-nos a pessoa mais feliz do mundo, é ter sempre os olhos a brilhar, é não conseguir pensar em mais nada nem em mais ninguém a não ser “naquela” pessoa e no momento em que a vamos rever. É querer estar sempre com essa pessoa e estar disposto a fazer tudo, e quando eu digo tudo é mesmo tudo, para estar dois minutos com ela e trocar meia dúzia de palavras. É ter um arrepio na espinha e um friozinho na barriga sempre que vemos a pessoa amada. É não ver nem ouvir mais ninguém mesmo que estejamos no meio da multidão.

É estar sempre a olhar para o telemóvel e a roer as unhas enquanto ela não responde à mensagem que lhe mandámos. É ficar com o coração nas mãos se não temos uma resposta passados dez minutos pensando logo o pior. É esperar ansiosamente pelo momento em que os nossos lábios e os dela se vão reencontrar e como se aquele fosse o último beijo antes do Juízo Final. É perder o fôlego enquanto esse mesmo beijo acontece, qual asmático que em pleno ataque de asma revira toda a casa procurando pela sua bomba. É fazer dessa pessoa o nosso último pensamento antes de adormecermos e o primeiro assim que acordamos. É enviar uma mensagem a dizer “boa noite, dorme bem” antes de nos deitarmos e uma a dizer “bom dia, lembrei-me de ti ao acordar” quando nos levantamos. É querer partilhar com ela todos os momentos, inclusivamente os mais pequenos e aparentemente insignificantes.

É sentirmo-nos preenchidos e completos quando estamos lado a lado. É dar mais valor aos pequenos gestos como dar as mãos. É redescobrir o quão bom pode ser um abraço. É ser capaz de correr a meia maratona ou de ir a Fátima a pé para satisfazer um pedido ou fazer uma vontade à pessoa amada. É ter ciúmes quando o alvo principal da atenção da pessoa amanha não somos nós. É ser egoísta ao ponto de não a querermos partilhar com mais ninguém nem com a família ou os amigos.

É não gostar de ver outros homens a olhar para o decote ou para os minicalções que a nossa “mais-que-tudo” tem vestidos. É achar que todos os homens presentes na praia estão de olhos bem fixados na nossa paixão e no seu bikini bem mais reduzido do que seria se fosse ao nosso gosto. É achar que todos os comentários e risos entre homens quando ela passa são piropos indecentes envolvendo actividades demasiado físicas e certamente bem longe do limite invisível por nós traçado.

Sabemos que estamos realmente apaixonados quando gostamos de tudo o que a outra pessoa faz ou diz e quando até os mais irritantes defeitos passam a ser “fofinhos” ou “queridos”.

Quer queiramos quer não tudo tem um fim, tudo está à partida condenado a terminar. O que nos compete é dar sempre 200% para tornar estes períodos cada vez mais prolongados no tempo adiando assim sucessivamente a despedida final. Compete-nos viver intensamente todos os segundos e aproveitar cada instante como se fosse o último. Compete-nos amarmos os outros como nos amamos a nós próprios e dizer tudo o que sentimos e queremos dizer em tempo útil, não deixando pra amanhã o que podemos dizer ou fazer hoje.

O amor é perito em nos pregar rasteiras, em nos empurrar das escadas abaixo e fazer-nos sofrer de diversas formas e o cupido tem prazer em nos enganar acertando-nos com as suas flechas quando devia de estar quieto no seu canto. Mas nós temos de ser capazes de superar tudo isso, de colocar o nosso olhar no horizonte e pensar no que o futuro nos reserva e não no aconteceu no passado. Não nos devemos esquecer do que aconteceu, mas também não devemos de viver obcecados com isso.

Vivam intensamente, apaixonem-se, não tenham medo de errar e mantenham o olhar colado ao horizonte e nunca ao espelho retrovisor.

Telemóveis


Se quando em envio as vulgares sms a linguagem não é a mais correcta e cometo alguns erros a culpa é do próprio telemóvel. Não, não é uma desculpa esfarrapada para esconder o meu mau português, é a mais pura das verdades (e agora que penso nisso a palavra “esfarrapado” está a cair em desuso, e é uma pena).

A verdade é que cada vez que por exemplo, numa sms eu tenho de escrever uma palavra com um cê de cedilha o chico esperto do aparelho passa-me a contar duas sms em vez de só uma. Mesmo que seja a primeira palavra da dita sms. Ou seja, um cê de cedilha (e agora que penso nisto esta é a primeira, e provavelmente as únicas vezes, em que escrevei cê de cedilha por extenso) vale mais do que umas largas dezenas de palavras. Um pequeno traço por debaixo de um banal cê torna uma palavra tão valiosa como uma larga dezena de outras palavras que obviamente não têm categoria e classe suficiente para ter um traço debaixo delas.

Agora que despachámos a cedilha, vamos à segunda parte do embirrância do meu telemóvel…os acentos. “Ah, mas o que é que o telemóvel tem contra os bancos e sofás?”

Epáh, tinha de vir a piadola fácil não era? Bom, eu ou fingir que nem sequer ouvi  para não ter de me chatear com vocês. Têm de começar a melhorar essas piadas, que eu já começo a sentir vergonha alheia.

Obviamente que me referia aos outros acentos. Aqui o fenómeno repete-se e quase nos mesmos moldes. Mais uma vez basta eu querer escrever de forma correcta e colocar os acentos no seu devido lugar que ele considera-me logo aquela palavra como se valesse por umas dezenas.

É só de mim ou o telemóvel tem algo contra os traços? É que o mesmo traço que é usado para colocar debaixo do cê pode ser usado como acento de uma qualquer palavra, é só uma questão de posicionamento.

Agora ajudem-me nesta luta….esta embirrância é um caso isolado só do meu telemóvel ou também acontece a alguns de vocês? É este apenas mais um caso de total incapacidade minha no que ao contacto com as novas tecnologias diz respeito ou esta é uma das excepções onde sou eu que tenho razão?

“Ah, e sendo tu um jovem adolescente, escreves correctamente ou utilizas abreviaturas e escreves com “k’s” e “x’s”?” Bem, já estão a querer saber demais, mas como eu estou bem disposto eu respondo-vos….depende dos casos, mas na grande maioria utilizo algumas abreviaturas sim, mas de forma controlada atenção! Poucas coisas me fazem mais confusão do que a utilização excessiva de abreviaturas, como aquelas pessoas que escrevem de forma tão abreviada, mas tãooo abreviada que nem elas sabem que ali está escrito, sabem do que falo? Claro que sabem, certamente também conhecem pessoas assim! Quanto aos  “k’s” e “x’s” já fui adepto, mas entretanto cresci e deixei-me disso…e com isto respondi à vossa pergunta não respondi? Bem me parecia.

E aquelas pessoas que escrevem com “escrita inteligente”? Epah, isso sim mete-me nérvos (e vamos já explicar esta dicotomia…nervos é quando nos enervamos; nérvos é nervos ao quadrado. Percebido? Não. Então leiam outra vez que isso é falta de atenção!). Isso sim é algo que me faz confusão. Isso sim é demasiado complexo para a minha mente. E sinceramente acho que não quero perceber, temo que no dia em que tente perceber esse fenómeno a minha mente bloqueie e depois tenha de fazer “control + alt + delete” como se de um Windows 7 se tratasse.

Contos de fadas


Sempre gostei de ler. Desde pequeno que a leitura é uma paixão e não uma obrigação. Ainda hoje sou assim, embora obviamente não aprecie igualmente todos os géneros, mas enquanto jovem petiz apreciava especialmente os contos infantis, ou seja, os chamados “contos de fadas”.

Apesar de não perceber a totalidade daquilo que lia eu entendia a mensagem principal: fosse qual fosse a história o príncipe ficaria sempre com a princesa no final. E quem diz príncipes e princesas diz todas as restantes variações, porque a ideia era: os “bons” ficam sempre juntos no final enquanto os “maus” são sempre castigados e acabam sempre punidos.

E o ponto principal deste texto chega agora….é que eu sinto-me enganado. Sinto que me mentiram toda uma vida. É que nos contos de fadas os ditos “maus” da fita nunca ficam com as moças no final da história, já na vida real são mais as vezes que nós os ditos “bons” da fita (pelo menos aos nossos olhos) ficamos de mãos a abanar.

Alguém devia de alertar os jovens rapazes de que as raparigas têm um particular fascínio pelos chamados “bad boys”, ou seja, pelos rebeldes. Algo que raramente acontece nas historietas que lemos em crianças, não estando nós preparados para tal eventualidade quando atingimos esse estado da nossa evolução. Este encantamento parece inexplicável e certamente que o seguinte cenário já aconteceu vezes sem conta: entre um rapaz bem-apessoado, honesto, sincero e verdadeiro mas timido, e o típico “pintas”, rebelde na maneira de ser e nas suas atitudes, tão sincero e verdadeiro quanto um político quando é apanhado a contradizer-se ou em incumprimento com uma promessa eleitoral mas confiante e atrevido a moça acabar por escolher a segunda opção em detrimento da primeira.
Eu percebo parte desse fascínio, porque é muito mais entusiasmante estar com alguém em certa medida imprevisível e capaz de arricar para conseguir algo que ambiciona. Contem uma grande dose de adrenalina. Agora não percebo como é que sabendo à partida que o fim será trágico não abandonam o barco antes de ele afundar ou porque é que sequer entraram no barco! Mas se calhar sou só eu que não percebo….e agora dizem vocês “ah então e o contrário não acontece?” E eu respondo-vos que sim, claro que sim. Mas não comigo pessoalmente. Confesso que não sinto nenhum tipo de admiração por esse tipo de mulheres, mas aí já são os meus gostos pessoais a falar mais alto.

Acho também necessário quebrar aqui o mito de que os homens não choram por amor. Essa história de que “um homem não chora” é tudo treta. Chora e por vezes não é pouco. Há respostas que custam bastante ouvir assim como há atitudes que custa muito ver outras pessoas terem. E há dores que demoram o seu tempo a passar assim como há buracos na alma que persistem por muito tempo. Nem todas as feridas saram rapidamente e os males do coração são especialmente dolorosos de ultrapassar.

Portanto, petizada lamento desiludir-vos mas o amor não é um mar de rosas. Por vezes é um caminho bem espinhoso e árduo, e certamente que nem sempre vão conseguir o que queriam, mas é assim a vida: feita de vitórias mas também de algumas derrotas e empates rumo a esse grande troféu que é a felicidade. Continuem a ler e a cultivar-se, mas tenham sempre presente que nem sempre os finais são felizes…

Os anos passam mas as birras e os amuos ficam…


Birras. Todos nós as fazemos, é um facto. E não esteja já com essa cara como quem diz “ai eu não, eu não faço birras nem amuo” porque sabe muito bem que as fazemos em diversas idades, e pelos mais variados motivos (uns mais compreensíveis que outros).

Nesta matéria de birras as crianças dominam. Em tempos todos nós utilizámos o poder da birra para fazermos os nossos pais comprar aquele chocolate ou aquele brinquedo. E se não ia a bem, ia à base da birra. E confessem lá, poucas coisas dão tanto prazer como ver que os nossos pais estão envergonhados por estarmos a fazer uma birra em pleno supermercado não é? É o nosso lado maléfico no fundo.

Enquanto adolescente/jovem adulto não há nada mais cómico do que ver uma criança a fazer birra num espaço público. Ver a cara dos pais num misto de pânico, raiva e vergonha é impagável. Obviamente que tudo isto é engraçado enquanto não estivermos nós debaixo dos holofotes dos hipermercados a suar como se tivéssemos acabado de correr a meia maratona e com o rosto vermelho tal qual um Ferrari novinho em folha acabado de polir. Aí deixa de ter piada e passa a ser só irritante.

Entre as reacções dos adultos às birras das crianças dos outros há dois grandes tipos: os que dizem “ai, coitadinha da criança. Compre lá, é só desta vez que ela para a próxima já não faz birra, não é?” ou então o também tradicional “olhe que se é pelo dinheiro eu pago o chocolatito. Toma lá 2 euros pequenote!” Mas depois também há a versão harcore: “Filha minha não fazia uma birra dessas em público. E se fizesse levava logo duas bofetadas que ia ver o que é bom pra tosse!”

Enquanto adultos as birras são especialmente visíveis nas relações amorosas. Muitas vezes as birras surgem pelos motivos mais insignificantes, mas não deixam de ser birras. E aqui as mulheres desempenham um papel central. Mas também convenhamos que existe um lado bom quando as mulheres fazem birra ou amuam. “Mas há por ventura algum lado bom nisso?” Se eu acabei de dizer que há está a perguntar pra quê? É só pra arreliar não é? O lado positivo é que uma mulher fica extremamente sexy quando está assim.

Quanto aos seniores ( e não idosos que essa palavra caiu em desuso! Ah, não tinham reparado? É verdade, agora parece que se tem vergonha em dizer velhos! É como se eles não soubessem a real idade e tivéssemos que guardar segredo!) não pensem que ficam de fora da equação! Não, nada disso! Diga-se de passagem que quando se aguenta uma vida de birras e amuos não é na velhice que se vai ceder não é? Claro, é a fase: “o pior já passou, agora daqui até à meta é um tirinho!” Escusado será dizer que a meta aqui simboliza a “derradeira morada”. Os velhotes são danados pra fazer birras, e quase sempre o motivo é o mesmo: têm a mania de que têm sempre (mas MESMO SEMPRE) razão. Seja em que área for eles certamente têm um sábio conselho (e não um concelho, atenção. A não ser que sejam presidentes de câmara, aí sim para além de um conselho terão também um concelho).

Escusado será dizer que em muitos casos eles não têm razão, mas não os desiludam que alguns são autênticas crianças e ainda fazem uma birra e vos humilham publicamente! (Depois não digam que eu não avisei!)

A vida devia de ter banda sonora

Sou um amante da música. Sou viciado em música. Passo dias praticamente inteiros a ouvir música nos headphones e certamente me arrependerei disso no futuro e darei razão aos meus pais por ouvir música tão alto, mas agora é exactamente assim que quero estar! A música faz de tal forma parte da minha vida que eu até sou locutor de rádio! (E não, isto não é uma piada!)

Por todos estes motivos e mais um acho que a vida devia de ter banda sonora. Não estejam já a fazer essa cara, escutem primeiro a ideia!

Que bom que seria ter sempre connosco uma música que espelhasse o nosso estado de espirito, que “falasse” por nós nos momentos difíceis, que partilhasse a nossa alegria ou que transmitisse os nossos sentimentos nas situações delicadas e quando estivéssemos frágeis.

“Mas como é que fazíamos isso?” Vocês adoram meter-se onde não são chamados, não é? E têm prazer em apontar as falhas dos outros! Não deviam de ser tão mauzinhos, isso faz-vos pedras nos rins!

Imaginem que durante um momento de importante da vossa vida escutariam automaticamente alto e bom som o épico “Conquistador” dos Da Vinci, que durante um momento de tristeza profunda ouviriam o “Tears in Heaven” do Eric Clapton. Ou ainda que durante um momento de descontracção ao pôr-do-sol poderiam dar-se ao privilégio de escutar um som relaxante. Não esquecendo a bela da música romântica para os apaixonados, ou recém-apaixonados, consoante o caso.

Por vezes bastaria uma frase ou duas, ou mesmo uma estrofe, dependeria do que pretendêssemos transmitir. As hipóteses são infindáveis e estariam de acordo com os gostos de cada um! (Acho que este ponto de exclamação espelha bem o entusiasmo que tenho em relação a esta ideia).

A mim parece-me um conceito vencedor. Acho que era o extra perfeito. Quando os nossos pais fizessem o pedido às cegonhas de Paris só tinham de pedir o extra. (E não se atrevam a dizer que os bebés não vêm nas cegonhas de Paris, é que não se atrevam! Há mitos que devem permanecer, e este é um deles!)

“Ah, isso é tudo muito bonito, mas imagina o caso das crianças naquela fase em que ainda só ouvem cantilenas infantis ou músicas do Bieber ou aquelas pessoas que têm um péssimo gosto musical…teríamos de ouvir tudo isso!” Pois é, está bem visto sim senhor…ainda não tinha pensado nas consequências negativas e contra factos não há argumentos. Se geralmente vocês costumam ser implicativos, agora acertaram em cheio (também alguma vez teria de ser não é?).

Claro está que no dia em que tudo isto for possível também teremos outras consequências negativas como por exemplo a possibilidade de nos ligarmos em segundos e apenas com o poder da mente à loja online da Apple para comprarmos as músicas da banda sonora da nossa vida ou da vida de alguém que nos rodeie. Ou ainda, por exemplo, ouvir publicidade no interior da nossa mente, apenas de produtos relacionados com o nosso gosto musical. Bom, esperemos que pelo menos esta segunda parte não se concretize, senão aí é que nunca mais teremos descanso.

Era ainda o adeus aos mp3 e à quantidade insana de pilhas gastas nestes dispositivos ou às horas infindáveis de carregamento á corrente nos casos mais modernos, mas também à possibilidade de ficarmos sem pilhas ou bateria a meio de uma viagem ou de perdemos o respectivo aparelho.

(P.S: No hipotético caso de alguma destas ideias ser aproveitada por quem que seja eu quero receber metade dos lucros, estamos entendidos? Espero bem que sim. Vou confiar em vocês, mas só desta vez!)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Aftas

Se há algo que nos afecta a todos são as aftas. A todos como quem diz porque a mim ninguém me tira a ideia de que as aftas apenas afectam os portugueses. Duvidam? Então os (as) “senhores(as)-chicos(as)-espertos(as)” por acaso já viram algum estrangeiro com aftas? Não se incomodem a pensar porque eu já sei a resposta!

O próprio nome é estranho, afta é o tipo de palavra que parece anti-natural. Aliás é das poucas palavras em que a letra efe é seguida da letra tê. Assim de repente lembro apenas de mais uma: oftalmologista. E não vale ir procurar ao Google ou responder com nomes de medicamentos!

Será que as aftas sempre afectaram os portugueses ou é uma “doença” moderna? Partindo do princípio que já os reis e as rainhas tinham aftas, eu tenho uma teoria. Para mim D. Sebastião perdeu a batalha de Alcácer-Quibir porque tinha comido fruta fora de época na noite anterior e tinha a boca cravada de aftas. No calor da batalha mordeu a língua, fez uma careta típica de quem morde a língua e tem a boca cheia de aftas, fechando momentaneamente os olhos. Esses breves segundos foram o suficiente para dar uma vantagem ao adversário que rapidamente o deitou ao chão. E o resto é história. E não me venham dizer que inventei isto agora, porque se passados 434 anos ninguém sabe o que realmente aconteceu, no meio de tantas teses e teorias esta tem a mesma probabilidade de estar correcta que as outras! E sempre é mais credível do que acreditar no seu regresso numa manhã de nevoeiro passados quase quinhentos anos!

Aftas é o tipo de maleita que existe apenas para arreliar. Acontece completamente por acaso, podem aparecer sozinhas ou em versão “prémium” (que obviamente inclui um maior número de exemplares e um maior espaço de tempo de duração das mesmas), podem arreliar mais ou menos consoante o sítio específico em que apareçam e não é conhecida uma cura ou algo que simplesmente as faça desaparecer!

Quero acreditar que as aftas não surgem por acaso…é Deus que está lá em cima e de cada vez que comemos fast food ou algo que não era suposto tendo em conta o colesterol que temos que nos dá esta punição.

“Mas e quem não come fast food e não tem colesterol e tem aftas na mesma?” Tenham calma! Viver sobre tanto stress faz-vos mal aos rins. Eu já lá ia chegar, mas vocês são uns apressados! Bom, nesses casos é puro sadismo e gosto em nos ver sofrer. Deus é Deus mas também se gosta de rir, e toda a gente sabe que há poucas coisas mais engraçadas do que ver alguém a fazer caretas enquanto come. E quando ele se aborrece dá-lhe para aquele lado…pensando bem e tendo em conta as possibilidades podia dar-lhe para fazer coisas piores…

terça-feira, 17 de abril de 2012

À conversa com... Hello Atlantic

Pois bem, a partir de agora este blogue vai conter também algumas entrevistas. Acima de tudo há que agradecer ao João Esteves, o homem por detrás deste projecto, a gentileza de me ter respondido a estas singelas perguntas por email.

1- O teu projecto intitula-se "Hello Atlantic". Tendo em conta a referência ao oceano atlântico e ao facto de este projecto ter nascido enquanto vivias na Finlândia o nome deste projecto foi uma forma de manteres o contacto com Portugal ?

"Hello Atlantic" surge sem dúvida de um certo saudosismo. Saudades do sítio onde nasci e do Atlântico. Sentir a falta do mar, de um espaço aberto que se estende até ao horizonte. Cresci sempre perto da praia e só anos mais tarde, durante longos períodos de viagem, me apercebi como isso me marcou profundamente. Pensei no nome na Finlândia, onde a beleza natural predominante é a floresta. Quando regressei a Portugal, pedalei de novo até à "minha" praia de Carcavelos e reuni-me com a vastidão do oceano, onde o Tejo desagua no Atlântico. Aí soube que o nome haveria de ficar.

2- Como nasceu este projecto e como foste tu para à Finlândia? Ainda são uns quilómetros de distância....

Tive várias bandas "de liceu" ao longo dos anos, desde que peguei na guitarra abandonada pelo meu irmão mais velho. Foram as minhas primeiras aventuras na composição de músicas, letras, e da performance ao vivo. As bandas foram-se sucedendo até me inscrever no Programa Erasmus. Decidi ir estudar para um destino que me fosse totalmente estranho. Dentro das opções oferecidas, a Finlândia parecia oferecer esse choque. O extremo oposto da Europa, não só no sentido geográfico, como mais tarde viria a descobrir. Em janeiro de 2007 parti para o desconhecido, as bandas dissolveram-se e já em Helsínquia começei a pensar em formar algo a solo.

3- As canções que foste criando de uma certa forma reflectem o teu percurso e as viagens que foste fazendo?

As viagens, e todo o universo de experiências que acarretam, não são a única matéria-prima para as canções de Hello Atlantic. As músicas pegam em vários assuntos, mas a minha abordagem é inevitavelmente influenciada pelos sítios que percorro e as pessoas que encontro pelo caminho. O meu estado espírito no momento e local onde as escrevo moldam as composições e acabam por ficar impressas nas entrelinhas. O resultado final são canções que evocam em mim lugares e pessoas, porque me recordo da manhã fria e cinzenta em Toronto em que escrevi uma certa música, ou que outra soava melhor na guitarra que comprei na Eslovénia por 20 euros e me foi entregue num saco de batatas. São memórias que ficam para sempre interligadas, como uma tatuagem.

4- Como chegaste ao "Optimus Discos"?

No verão de 2011, enviei algumas maquetas com gravações caseiras para programas na rádio de divulgação da nova música portuguesa. O Portugália (da Antena 3) foi um deles, cujo locutor é o Henrique Amaro, também director artístico da Optimus Discos. Após ter divulgado o meu projecto na rádio, lançou-me o desafio de editar um EP pela Optimus Discos.

5- Segundo sei regressaste a Portugal muito recentemente. Vais apostar de forma mais activa no mercado português?

Sim, voltei a Portugal com a intenção de apresentar o projecto e promover o álbum "Slob Of The Kitchen Sea" editado em Abril pela Optimus Discos. Estou a tentar arranjar concertos um pouco por todo o país enquanto componho novo material.

6- As diversas redes sociais onde estás presente são plataformas importantes para dares a conhecer o teu trabalho? (nomeadamente através dos downloads legais e gratuitos no Bandcamp)

Actualmente o universo on-line oferece aos músicos ferramentas indispensáveis para a promoção e divulgação de trabalho. É uma maneira rápida e simples de dar a conhecer um projecto e de o propagar. Para mim é particularmente importante pelo facto de me deslocar com frequência de um lugar para outro. As redes socias tornam-se num lugar comum onde posso manter as pessoas que seguem Hello Atlantic actualizadas e fazer lhes chegar a música - através de edições digitais - independentemente da distância física que nos possa separar.
Contudo, embora extremamente prática, a Internet não deixa de ser mais uma ferramenta, um complemento. A meu ver, nada consegue substituir o contacto directo com o público, num concerto ou na rua. Assim como a edição física dos trabalhos, seja em que formato for.


7 - Quem tiver ficado curioso e quiser conhecer o teu projecto onde o pode fazer?

As músicas estão em helloatlantic.bandcamp.com. Podem fazer o download gratuito do EP "Circle Of Land" (2011), e ouvir o single de lançamento - "The Leaving Song" - do trabalho mais recente "Slob Of The Kitchen Sea" (2012).
Para as últimas notícias, datas e fotos sigam a página do facebook - www.facebook.com/helloatlanticmusic.

domingo, 15 de abril de 2012

Extraterrestres

Extraterrestes, et’s, seres do espaço ou OVNI’s. Cada um chama-lhes o que quiser que eu não levo a mal. Eu não levo a mal, agora eles já não sei. Isso será um problema vosso que eu limpo as mãos desse assunto.

Se há assunto presente em todos os livros, filmes ou jogos de consola de ficção científica são os extraterrestres. Agora o que me chateia é que convencionou-se que os tais seres do espaço têm de ser verdes, com uma inteligência muito superior à nossa e têm de aterrar em grandes cidades por esse mundo fora!

Então e se a cor verde não existir no planeta deles? Ah pois é, nisto ninguém pensou, não é? Só porque nós temos a cor verde eles também têm de ter. E se eles forem vermelhos às bolinhas azuis escuras ou pretos às riscas amarelas e não tiverem antenas e por acaso descobrirem a terra qual vai ser a nossa reacção ao constatar que não são verdes?

“- Ah, pera aí…mas tu não és verde nem tens antenas!
- Pois não, sou vermelho às bolinhas azuis escuras!
- Oh, então não és um extraterrestre! Toda a gente sabe que os extraterrestres são verdes e têm antenas! Isto é prós apanhados não é? Onde é que estão as camaras? Ai, eu quero cumprimentar o senhor Graciano porque aprecio muito o trabalho dele!”

(Sim, porque para mim apanhados que são dignos de serem chamados apanhados são apresentados pelo Nuno Graciano. “Ah mas e se isto acontecesse na China?” Epah lá tinham vocês de vir implicar, não era? Se fosse na China era igual! Vê-se que vocês não conhecem a fama do Graciano! O homem é famoso em todo o mundo!)

Outra coisa que me chateia profundamente é o facto de os extraterrestres serem sempre retratados como seres superiores e muito mais inteligentes que nós, humanos! Então e se eles forem estúpidos que nem uma porta? Oh, não façam essa cara! Então se há humanos inteligentes e outros tão burrinhos que mete dó porque é que os extraterrestres têm de ser todos sobredotados?

Querem provas? Se eles são tão inteligentes porque é que ainda não nos descobriram? Se são sobredotados já nos deveriam ter encontrado há séculos, não é? “Ah, mas eles já sabem que nós existimos, querem é observar-nos de longe!” Nã, nã nã, esse argumento não é válido. É como eu dizer “Ahah eu sabia a resposta, queria era ver se tu sabias!” Ou então o clássico: “Ahah, eu errei de propósito, era para ver se estavas com atenção!”

E porque carga de água é que o primeiro contacto dos extraterrestres com a terra é sempre uma grande cidade do género Paris, Nova Iorque ou Londres? Porque é que eles não aterram na Trafaria, na Ramada ou quem sabe em Fornos de Algodres? Em qualquer destes casos teriam mais espaço para aterrar a nave do que em qualquer das outras cidades acima citadas!

“Ah, mas e se eles já cá estiverem? Misturados no meio de nós, imitando os nossos hábitos?” Olha, que também está bem visto sim senhor. Se a vossa teoria for verdadeira eu tenho três palpites de possíveis extraterrestres. Querem saber quais são?

Lili Caneças, Betty Grafstein e a Duquesa de Alba. Eu até aos 120 anos ainda acreditei que fossem humanas, agora depois disso já só encontro uma explicação: são extraterrestres!

domingo, 11 de março de 2012

Vamos falar sobre o destino?

Vamos falar sobre o destino? Vamos pois. O blogue é meu, logo sou eu que mando. Por isso falamos sobre o destino e acabou-se a conversa! Vááá, não façam essa cara.

O destino encarrega-se de controlar quem entra e sai da nossa vida qual pai tirano controlava a sua filha nos filmes portugueses a preto e branco do Vasco Santana. É igualmente prepotente, tem sempre razão e por mais que lutemos ele acaba sempre por levar a melhor.

Tem de ser ele a escolher quem entra, quanto tempo fica e que tipo de relação temos com essa pessoa. E nem sempre concordamos com a decisão dele….

Há quem mal chegue a entrar. Há quem entre mas venha só fazer uma “visita de médico”. Há quem entre mas não deixe saudades nem boas recordações. Há quem entre para nunca mais sair. E há quem deixe um vazio imenso que possivelmente nunca será preenchido…

Tudo escapa ao nosso controlo e talvez seja melhor assim. Sendo nós humanos e falíveis era apenas uma questão de tempo até nos precipitarmos e tomarmos a decisão errada.

No fundo a vida é como a esplanada de um café no pico de verão. As pessoas entram e saem, cada qual ao seu ritmo. Há quem tenha disponibilidade para apreciar o bom tempo e quem vá apenas para beber a bica e ir à sua vida. Há quem faça questão de estar próximo do balcão e quem não se importe com a distância tendo inclusivamente um relativo prazer em ver o empregado correr de forma desenfreada.

Qual esplanada de café a meio de um inverno rigoroso também nós temos as nossas “épocas baixas”. Cabe-nos lutar contra os invernos e outonos da vida e esperar que o aquecimento global faça a sua parte…

sábado, 3 de março de 2012

Não julgue o livro pela capa

Alturas há em que me sinto transparente. E com esta metáfora não me estou a referir ao meu peso nem a nenhum distúrbio alimentar e muito menos a fantasmas ou a seres do além.

Sou um livro aberto. Tenho poucos segredos, sou como sou e não tenho problema nenhum com isso (sempre disse que “Quem gosta, gosta. Quem não gosta…..Obrigado e Bom-Dia!”).

Mas por vezes sinto que sou demasiado fácil de ler. Fácil de interpretar.

Continuando a metáfora dos livros, diria que sou um livro de bolso na prateleira ao nível dos olhos e ao acesso de qualquer par de mãos. Prateleira essa para onde toda a gente olha. Livros esses que são julgados rapidamente pelo tamanho da sua lombada, pelo número de páginas que possuem, pelas suas cores ou pela ausência delas, pelo autor e sabe deus que mais…

Gostava antes de me ser um atlas antigo e pesado ou uma qualquer enciclopédia sobre factos avulsos, estando assim numa das prateleiras superiores. Não ao alcance de tudo e todos, apenas de um pequeno grupo. Grupo esse que daria o valor à obra que teria em mãos. O risco de ser julgado erradamente continuaria a existir, mas a altura da prateleira faz diminuir essas probabilidades.

Mas os livros foram feitos para serem mexidos e remexidos. Lidos e relidos. E entre tantos leitores, alguns há que não têm os devidos cuidados. E entre tantas leituras, por vezes algumas páginas acabam rasgadas, outras totalmente arrancadas sem dó nem piedade. Não respeitando a história, as memórias e os sentimentos de quem por lá passou antes.

É o que nos acontece ao longo da vida. Somos constantemente julgados pela capa, pelo tamanho da lombada ou pelas cores ou ausência delas e poucas vezes sobre o real conteúdo do livro.

Mas sempre foi e sempre será assim. Cabe-nos ser um bibliotecário e gerir as páginas danificadas, deixando sempre páginas em branco para que o futuro possa ser escrito.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A saga dos dentes de leite....


Esta semana um dos meus primos chocou de frente com uma certa fase do nosso crescimento. O cair dos dentes de leite.

E digo que ele chocou de frente porque caíram-lhe logo dois dentes de uma vez. E logo os dois dentes de cima à frente! (A isto chama-se piada a longo prazo, aprendam que eu não duro sempre!)

A esta distância parece algo insignificante, mas quando passamos por aquela fase aquilo é o equivalente à Guerra do Vietname!

Mas este choque frontal do meu primo fez-me lembrar um dos episódios mais traumáticos da minha infância. Estava nessa idade maravilhosa que são os 8 anos quando os dentes de leite resolveram que já tinham visto o suficiente e que o seu trabalho estava feito e podiam ir á vidinha deles.

Mas houve um dente que pensou em ficar, mesmo já tendo o vizinho do rés-do-chão a entrar-lhe pelo chão da sala adentro! E foi aqui que entrou o meu avô. Segundo ele tínhamos de tratar daquilo “o mais depressa possível”.

A mim cheirou-me que aquilo era capaz de doer. E eu tudo o que tem o potencial de aleijar evito. É uma mania minha.

Ideia brilhante do meu avô à qual eu não tive maneira de fugir: prender uma ponta de um cordel ao teimoso do dente e a outra ponta à maçaneta da porta do quarto.

E o fim da história já vocês estão a ver. Se o dente saiu? Ai não que não saiu, que remédio teve ele! O safanão da porta foi tão grande que acho que a própria gengiva pensou em aproveitar a boleia. Felizmente é muito indecisa e à última da hora decidiu ficar.

Só sei que o dente saiu e que eu ainda hoje tenho aqui uma dor. No orgulho. Porque chorei que nem uma menina que está a fazer birra no hipermercado porque quer uma boneca.

Felizmente o vizinho do rés-do-chão não desistiu de comprar o espaço. Senão tinha-me metido em sarilhos! Tinha ficado a perder dinheiro e o meu avô bem me podia ouvir!

Felizmente hoje em dia as crianças não são sujeitas a estes métodos. Mas se eu hoje sou um homenzinho em parte foi devido aquele safanão. Pelo menos gosto de pensar que sim, sejam bonzinhos e concordem comigo ó faz-favor!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eu mesmo. Tão simples quanto isso....

Sinto-me incompleto. Sinto que me falta algo. E não, não falo de amor.

Sinto-me como um bocado de céu de um puzzle de 10000 peças de uma banal paisagem do pôr-do-sol de um qualquer destino turístico dos trópicos. Sinto-me banal, sem nada que me distinga, sem nada que me faça brilhar.

Não tenho um penteado extravagante. Não uso piercings. Não tenho brincos. Não tenho tatuagens. Não fumo. Sinto-me sozinho no meio da multidão. Perdido e anónimo, igual a tantos outros que procuram, tal como eu, o seu lugar ao sol.

Sempre fui apenas eu próprio e não sei ser de outra forma. Não sei ser mais ninguém. Pró bem e pró mal é assim que sou. Há quem goste e imagino que muitos não gostem.

Sou teimoso. Sou chato. Sou falador. Sou de riso fácil. Detesto estar muito tempo calado, mas também aprecio alguns momentos de silêncio aqui e acolá.

Sou de paixões intensas. Quem me tira os meus hobbies e o meu ipod tira-me tudo. Gosto de pensar que por vezes tenho piada.


Sou como tantos outros, mas acima de tudo sou eu mesmo.

Mas pensando bem é isso mesmo que me distingue. É isso que me faz ser diferente da restante multidão. É isso que me faz brilhar. Porque por muito grande que seja a multidão não há duas pessoas completamente iguais.

Se gostam são bem-vindos. Dos restantes não quero saber. :)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Badameco

Há expressões que me fascinam e me deixam intrigado sobre qual a sua origem. E badameco é claramente uma delas.

Gosto de pensar que badameco é uma junção de duas palavras. Da palavra “balado” restou “bada” e da palavra “meco”….bem, da palavra meco aproveitou-se tudo!

Quero acreditar que quem inventou esta expressão foi dar um belo passeio ao meco sem saber que é uma zona aconselhada para pessoas com muito calor. Tanto calor que não aguentam as roupas no corpo. Conhecem essa sensação?

Pois, eu também não. Daí não conhecer o meco. Mas já ouvi histórias e já li em….sítios, mas isso agora não interessa nada, não sejam coscuvilheiros!

Iriam apenas de passagem mas resolveram parar e ir “molhar os pés” (expressão igualmente típica e merecedora de análise cuidada um dia destes) quando foram surpreendidos por pessoas demasiados arejadas.

Não querendo ficar mal e destoar dos restantes acabaram por alinhar e dispensar também eles as roupas. No meio da azáfama e sentindo-se incomodados com tamanha exposição corporal, acabaram por dar um nome a estes corajosos que ousaram expor-se daquela forma inspirando-se pra isso nos homens…e mais não digo, tirem vocês as conclusões que quiserem!

E não me digam que esta história não é plausível. É tão plausível como qualquer outra explicação olha agora! Estando nós em Portugal acredito muito bem que isto pudesse ter acontecido, neste país acontecem coisas únicas e inexplicáveis!

Escrever sobre amor....

Tenho pra mim que quem escreve sobre amor está infeliz. Sim, isso mesmo. Quem escreve sobre amor está claramente triste e sozinho. Se estiver acompanhado é porque o que vive não é verdadeiro.

Quem está apaixonado e verdadeiramente feliz está ocupado a ser feliz e a amar e não a escrever sobre isso.

“Mas e quem escreve sobre o amor de uma perspectiva positiva e alegre?” Boa pergunta, é sinal que estão atentos e são perspicazes! Quando alguém escreve sobre a temática “amor” de uma perspectiva positiva e alegre é porque estará a recordar bons momentos passados outrora. Tão simples quanto isto.

E dito isto pensem bem na carreira de alguns autores da nossa praça (adoro esta expressão, é como se estes mesmos autores fossem todos nossos vizinhos e todos nós partilhássemos uma grande e central praça da qual nos julgamos donos e senhores).
É incrível como carreiras inteiras, anos e anos a fio de trabalho árduo podem ir por água abaixo com apenas um simples e pequeno texto, não é?

Ou então isto é apenas um ponto de vista e uma opinião. Presunçosa e convencida, contudo uma opinião.

Só uma última coisa antes de me ir de vez…sou o único que ao dizer “o amor” sou imediatamente remetido pelo meu cérebro para o acto sexual em si? Ah ok, ainda bem que o meu cérebro não é o único a ser tarado, do mal o menos então.

(Com tudo isto acabei por escrever sobre o amor. Repararam? Pronto, era só para confirmar, escusavam de ser mal educados!)