quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rejeição


Rejeição. Poucos sentimentos são tão dolorosos como este. E se pensa que é só nas relações amorosas que a rejeição está presente está profundamente enganado.

Obviamente que as relações amorosas são o principal exemplo, mas as situações possíveis são diversas. Estar apaixonado é maravilhoso. Parece até que sentimos tudo de forma muito mais intensa. Mas mais maravilhoso ainda é saber que esse sentimento é reciproco e que a outra pessoa sente o mesmo por nós. Isso sim é o verdadeiro amor. Mas saber se esse sentimento é mútuo ou não nem sempre é fácil e pode originar confusões, mal entendidos e desilusões.

O facto de nós gostarmos daquela pessoa especial, daquela amiga mais próxima e que é sempre tão querida para nós (porque nestes casos há sempre amizades há mistura, não é?) não significa que ela sinta o mesmo. E há um momento em que decidimos avançar e temos “A” conversa. Aquele momento em que respiramos fundo e avançamos destemidos em direcção ao precipício, mesmo sabendo que as probabilidades de sucesso são semelhantes às de Portugal vencer o Euro 2012. E a dita conversa na esmagadora maioria dos casos é assim que decorre: um avanço da nossa parte, o espanto espelhado no rosto contrário e uma recusa em tom amigável que nos faz dar um passo em frente rumo ao abismo, fazendo-nos perceber que tudo o que pensávamos serem sinais eram afinal de contas situações perfeitamente normais ou gestos queridos mas sem segundas intenções.

Ainda dentro das matérias do coração podemos também falar das relações de curta duração, ou seja, daquelas relações que parecem ter tudo para funcionar mas que subitamente acabam. E dependendo das relações tanto podemos estar do lado de quem rejeita como do lado do rejeitado, e escusado será dizer de que lado custa mais estar… O modo como vivemos o pós-final de relação depende da personalidade de cada um e de como for o final em causa, mas paira sempre no ar o sentimento de frustração, de termos sido apenas “usados” e de rejeição.

Mas a rejeição também acontece entre os amigos. Quem não foi já excluído do grupo de amigos(as) porque os restantes estão todos a falar sobre algo que para nós parece mandarim? Ou então quando parece que toda a gente pertence ao FBI e está a falar por código deixando-nos completamente à toa sobre tudo o que está a ser falado? Ah pois é, já nos aconteceu a todos pelo menos uma vez na vida. E nessas alturas que sentimento nos passa pela cabeça e pela alma? Rejeição, lá está. Agora o que mais irrita é quando esse grupo não só se apercebe que está a excluir alguém como ainda por cima parece estar realmente a ter prazer de o estar a fazer, isso sim deixa-me possesso!

Obviamente que este tipo de situações é diversas vezes involuntário e nem sequer tem malicia, mas não deixa de nos afectar. E verdade seja dita que já todos nós estivemos nos dois lados da barricada e também já contribuímos para fomentar em alguém o sentimento de rejeição.

Por isso lembre-se: “Evite a rejeição. Pratique a integração!” E eu nem sequer vou aqui dissecar os segundos sentidos deste lema….é que nem vou sequer começar!

O que é o amor?


O que é o amor? Em que medida é que o nosso conceito de amor vai mudando ao longo da nossa vida e do nosso crescimento e amadurecimento?

Por exemplo, quando somos muito petizes o que é o amor para nós? O amor é gostar de alguém. É gostar desse alguém sem saber bem porquê, apenas porque sim. É gostar de brincar com essa pessoa. É querer estar com essa pessoa. Colocar em prática esse amor é dar as mãos. É dar um beijo na face. É dar por vezes um beijo maroto nos lábios, não porque se sabe o que tal significa ou representa mas porque sabemos que ainda não é suposto o fazermos e como crianças que somos queremos sempre crescer demasiado depressa. Isto é o amor para os muito petizes.

Depois vem a adolescência….uiiii a adolescência, que dor de cabeça não é? Esta fase é caracterizada por um misto de emoções, sentimentos, uma luta entre o crescimento físico, psicológico e mental, fase de dramas e de rebeldias e de formação da personalidade. E a tudo isto ainda temos de adicionar o acordar para o amor, a paixão e o começar a olhar para o sexo oposto com os chamados “olhos de ver”. Nesta fase tudo é feito por impulso, tudo é muito exagerado e pautado por passagens frequentes pelos extremos porque somos jovens, porque temos energia para dar e vender, porque nos queremos mostrar ao mundo. Esta é a altura em que estamos dispostos a correr os maiores riscos, que todas as loucuras parecem saudáveis e perfeitamente normais se isso significar estarmos dez minutos com quem amamos.

Mas esta fase passa e acabamos por crescer e amadurecer. Chegando então à fase adulta, a tão desejada e ambicionada fase adulta. Aquilo com que sonhamos toda uma vida. Mas tal como certamente nos vai acontecer muitas outras vezes vamos dar por nós a dizer um “ah ser adulto é isto? Podiam ter avisado que eu tinha-me ficado pela adolescência!”. Esta é a altura em que estabilizamos, continuaremos a ter os sentimentos à flor da pele, demasiada energia, alguma impulsividade e ainda alguma rebeldia sem nunca esquecer umas quantas passagens pelos extremos. Mas regra geral tudo é muito mais calmo e pacífico. Aqui sim percebemos o que é o amor, o que é a paixão, descobrimos que temos de dar tudo de nós ao outro sem esperar nada em troca. Mas também percebemos que o amor não é para sempre, que tudo tem um fim. Que o facto de gostarmos de alguém não implica necessariamente que esse sentimento seja retribuído de igual forma pela outra pessoa. Que podemos sofrer por amor e que a vida muitas vezes é injusta.

O amor é algo lindo e maravilhoso, mexe connosco e com os nossos sentimentos mas pode ser traiçoeiro e muitas vezes apenas espera que na longa estrada da vida apareça uma curva apertada para nos pregar uma rasteira ou para nos encandear a vista com o sol brilhante.

Por fim vem a velhice. É o fechar de um ciclo. Novamente tudo muda: a nossa mobilidade é mais lenta e reduzida. As baterias parecem caminhar para o fim e longe vão os tempos em que tínhamos energia para dar e vender. Somos calculistas e de impulsividade muito pouco resta. Mas continuamos a sentir o amor e a paixão, continuamos a querer estar ao lado da pessoa amada cada segundo da nossa existência. Voltamos a dar importância aos gestos mais simples e dar a mão naquele momento importante deixa de ser algo banal e passa a ser valorizado pela pessoa amada. Voltamos aos tempos de infância onde o simples gesto de dar a mão era uma prova de amor eterno à pessoa amada. É no fundo um fechar de ciclo.

Estar apaixonado


Estar apaixonado é a melhor sensação do mundo e só quem nunca esteve realmente apaixonado é que pode dizer o contrário. Este é um texto que vem completar uma trilogia sobre o amor. Primeiro foram as várias formas que o amor assume ao longo dos anos e a forma como ele evolui, depois a rejeição e agora o estar apaixonado.

Estar apaixonado é como que receber uma dose dupla de energia, é sentirmo-nos a pessoa mais feliz do mundo, é ter sempre os olhos a brilhar, é não conseguir pensar em mais nada nem em mais ninguém a não ser “naquela” pessoa e no momento em que a vamos rever. É querer estar sempre com essa pessoa e estar disposto a fazer tudo, e quando eu digo tudo é mesmo tudo, para estar dois minutos com ela e trocar meia dúzia de palavras. É ter um arrepio na espinha e um friozinho na barriga sempre que vemos a pessoa amada. É não ver nem ouvir mais ninguém mesmo que estejamos no meio da multidão.

É estar sempre a olhar para o telemóvel e a roer as unhas enquanto ela não responde à mensagem que lhe mandámos. É ficar com o coração nas mãos se não temos uma resposta passados dez minutos pensando logo o pior. É esperar ansiosamente pelo momento em que os nossos lábios e os dela se vão reencontrar e como se aquele fosse o último beijo antes do Juízo Final. É perder o fôlego enquanto esse mesmo beijo acontece, qual asmático que em pleno ataque de asma revira toda a casa procurando pela sua bomba. É fazer dessa pessoa o nosso último pensamento antes de adormecermos e o primeiro assim que acordamos. É enviar uma mensagem a dizer “boa noite, dorme bem” antes de nos deitarmos e uma a dizer “bom dia, lembrei-me de ti ao acordar” quando nos levantamos. É querer partilhar com ela todos os momentos, inclusivamente os mais pequenos e aparentemente insignificantes.

É sentirmo-nos preenchidos e completos quando estamos lado a lado. É dar mais valor aos pequenos gestos como dar as mãos. É redescobrir o quão bom pode ser um abraço. É ser capaz de correr a meia maratona ou de ir a Fátima a pé para satisfazer um pedido ou fazer uma vontade à pessoa amada. É ter ciúmes quando o alvo principal da atenção da pessoa amanha não somos nós. É ser egoísta ao ponto de não a querermos partilhar com mais ninguém nem com a família ou os amigos.

É não gostar de ver outros homens a olhar para o decote ou para os minicalções que a nossa “mais-que-tudo” tem vestidos. É achar que todos os homens presentes na praia estão de olhos bem fixados na nossa paixão e no seu bikini bem mais reduzido do que seria se fosse ao nosso gosto. É achar que todos os comentários e risos entre homens quando ela passa são piropos indecentes envolvendo actividades demasiado físicas e certamente bem longe do limite invisível por nós traçado.

Sabemos que estamos realmente apaixonados quando gostamos de tudo o que a outra pessoa faz ou diz e quando até os mais irritantes defeitos passam a ser “fofinhos” ou “queridos”.

Quer queiramos quer não tudo tem um fim, tudo está à partida condenado a terminar. O que nos compete é dar sempre 200% para tornar estes períodos cada vez mais prolongados no tempo adiando assim sucessivamente a despedida final. Compete-nos viver intensamente todos os segundos e aproveitar cada instante como se fosse o último. Compete-nos amarmos os outros como nos amamos a nós próprios e dizer tudo o que sentimos e queremos dizer em tempo útil, não deixando pra amanhã o que podemos dizer ou fazer hoje.

O amor é perito em nos pregar rasteiras, em nos empurrar das escadas abaixo e fazer-nos sofrer de diversas formas e o cupido tem prazer em nos enganar acertando-nos com as suas flechas quando devia de estar quieto no seu canto. Mas nós temos de ser capazes de superar tudo isso, de colocar o nosso olhar no horizonte e pensar no que o futuro nos reserva e não no aconteceu no passado. Não nos devemos esquecer do que aconteceu, mas também não devemos de viver obcecados com isso.

Vivam intensamente, apaixonem-se, não tenham medo de errar e mantenham o olhar colado ao horizonte e nunca ao espelho retrovisor.

Telemóveis


Se quando em envio as vulgares sms a linguagem não é a mais correcta e cometo alguns erros a culpa é do próprio telemóvel. Não, não é uma desculpa esfarrapada para esconder o meu mau português, é a mais pura das verdades (e agora que penso nisso a palavra “esfarrapado” está a cair em desuso, e é uma pena).

A verdade é que cada vez que por exemplo, numa sms eu tenho de escrever uma palavra com um cê de cedilha o chico esperto do aparelho passa-me a contar duas sms em vez de só uma. Mesmo que seja a primeira palavra da dita sms. Ou seja, um cê de cedilha (e agora que penso nisto esta é a primeira, e provavelmente as únicas vezes, em que escrevei cê de cedilha por extenso) vale mais do que umas largas dezenas de palavras. Um pequeno traço por debaixo de um banal cê torna uma palavra tão valiosa como uma larga dezena de outras palavras que obviamente não têm categoria e classe suficiente para ter um traço debaixo delas.

Agora que despachámos a cedilha, vamos à segunda parte do embirrância do meu telemóvel…os acentos. “Ah, mas o que é que o telemóvel tem contra os bancos e sofás?”

Epáh, tinha de vir a piadola fácil não era? Bom, eu ou fingir que nem sequer ouvi  para não ter de me chatear com vocês. Têm de começar a melhorar essas piadas, que eu já começo a sentir vergonha alheia.

Obviamente que me referia aos outros acentos. Aqui o fenómeno repete-se e quase nos mesmos moldes. Mais uma vez basta eu querer escrever de forma correcta e colocar os acentos no seu devido lugar que ele considera-me logo aquela palavra como se valesse por umas dezenas.

É só de mim ou o telemóvel tem algo contra os traços? É que o mesmo traço que é usado para colocar debaixo do cê pode ser usado como acento de uma qualquer palavra, é só uma questão de posicionamento.

Agora ajudem-me nesta luta….esta embirrância é um caso isolado só do meu telemóvel ou também acontece a alguns de vocês? É este apenas mais um caso de total incapacidade minha no que ao contacto com as novas tecnologias diz respeito ou esta é uma das excepções onde sou eu que tenho razão?

“Ah, e sendo tu um jovem adolescente, escreves correctamente ou utilizas abreviaturas e escreves com “k’s” e “x’s”?” Bem, já estão a querer saber demais, mas como eu estou bem disposto eu respondo-vos….depende dos casos, mas na grande maioria utilizo algumas abreviaturas sim, mas de forma controlada atenção! Poucas coisas me fazem mais confusão do que a utilização excessiva de abreviaturas, como aquelas pessoas que escrevem de forma tão abreviada, mas tãooo abreviada que nem elas sabem que ali está escrito, sabem do que falo? Claro que sabem, certamente também conhecem pessoas assim! Quanto aos  “k’s” e “x’s” já fui adepto, mas entretanto cresci e deixei-me disso…e com isto respondi à vossa pergunta não respondi? Bem me parecia.

E aquelas pessoas que escrevem com “escrita inteligente”? Epah, isso sim mete-me nérvos (e vamos já explicar esta dicotomia…nervos é quando nos enervamos; nérvos é nervos ao quadrado. Percebido? Não. Então leiam outra vez que isso é falta de atenção!). Isso sim é algo que me faz confusão. Isso sim é demasiado complexo para a minha mente. E sinceramente acho que não quero perceber, temo que no dia em que tente perceber esse fenómeno a minha mente bloqueie e depois tenha de fazer “control + alt + delete” como se de um Windows 7 se tratasse.

Contos de fadas


Sempre gostei de ler. Desde pequeno que a leitura é uma paixão e não uma obrigação. Ainda hoje sou assim, embora obviamente não aprecie igualmente todos os géneros, mas enquanto jovem petiz apreciava especialmente os contos infantis, ou seja, os chamados “contos de fadas”.

Apesar de não perceber a totalidade daquilo que lia eu entendia a mensagem principal: fosse qual fosse a história o príncipe ficaria sempre com a princesa no final. E quem diz príncipes e princesas diz todas as restantes variações, porque a ideia era: os “bons” ficam sempre juntos no final enquanto os “maus” são sempre castigados e acabam sempre punidos.

E o ponto principal deste texto chega agora….é que eu sinto-me enganado. Sinto que me mentiram toda uma vida. É que nos contos de fadas os ditos “maus” da fita nunca ficam com as moças no final da história, já na vida real são mais as vezes que nós os ditos “bons” da fita (pelo menos aos nossos olhos) ficamos de mãos a abanar.

Alguém devia de alertar os jovens rapazes de que as raparigas têm um particular fascínio pelos chamados “bad boys”, ou seja, pelos rebeldes. Algo que raramente acontece nas historietas que lemos em crianças, não estando nós preparados para tal eventualidade quando atingimos esse estado da nossa evolução. Este encantamento parece inexplicável e certamente que o seguinte cenário já aconteceu vezes sem conta: entre um rapaz bem-apessoado, honesto, sincero e verdadeiro mas timido, e o típico “pintas”, rebelde na maneira de ser e nas suas atitudes, tão sincero e verdadeiro quanto um político quando é apanhado a contradizer-se ou em incumprimento com uma promessa eleitoral mas confiante e atrevido a moça acabar por escolher a segunda opção em detrimento da primeira.
Eu percebo parte desse fascínio, porque é muito mais entusiasmante estar com alguém em certa medida imprevisível e capaz de arricar para conseguir algo que ambiciona. Contem uma grande dose de adrenalina. Agora não percebo como é que sabendo à partida que o fim será trágico não abandonam o barco antes de ele afundar ou porque é que sequer entraram no barco! Mas se calhar sou só eu que não percebo….e agora dizem vocês “ah então e o contrário não acontece?” E eu respondo-vos que sim, claro que sim. Mas não comigo pessoalmente. Confesso que não sinto nenhum tipo de admiração por esse tipo de mulheres, mas aí já são os meus gostos pessoais a falar mais alto.

Acho também necessário quebrar aqui o mito de que os homens não choram por amor. Essa história de que “um homem não chora” é tudo treta. Chora e por vezes não é pouco. Há respostas que custam bastante ouvir assim como há atitudes que custa muito ver outras pessoas terem. E há dores que demoram o seu tempo a passar assim como há buracos na alma que persistem por muito tempo. Nem todas as feridas saram rapidamente e os males do coração são especialmente dolorosos de ultrapassar.

Portanto, petizada lamento desiludir-vos mas o amor não é um mar de rosas. Por vezes é um caminho bem espinhoso e árduo, e certamente que nem sempre vão conseguir o que queriam, mas é assim a vida: feita de vitórias mas também de algumas derrotas e empates rumo a esse grande troféu que é a felicidade. Continuem a ler e a cultivar-se, mas tenham sempre presente que nem sempre os finais são felizes…

Os anos passam mas as birras e os amuos ficam…


Birras. Todos nós as fazemos, é um facto. E não esteja já com essa cara como quem diz “ai eu não, eu não faço birras nem amuo” porque sabe muito bem que as fazemos em diversas idades, e pelos mais variados motivos (uns mais compreensíveis que outros).

Nesta matéria de birras as crianças dominam. Em tempos todos nós utilizámos o poder da birra para fazermos os nossos pais comprar aquele chocolate ou aquele brinquedo. E se não ia a bem, ia à base da birra. E confessem lá, poucas coisas dão tanto prazer como ver que os nossos pais estão envergonhados por estarmos a fazer uma birra em pleno supermercado não é? É o nosso lado maléfico no fundo.

Enquanto adolescente/jovem adulto não há nada mais cómico do que ver uma criança a fazer birra num espaço público. Ver a cara dos pais num misto de pânico, raiva e vergonha é impagável. Obviamente que tudo isto é engraçado enquanto não estivermos nós debaixo dos holofotes dos hipermercados a suar como se tivéssemos acabado de correr a meia maratona e com o rosto vermelho tal qual um Ferrari novinho em folha acabado de polir. Aí deixa de ter piada e passa a ser só irritante.

Entre as reacções dos adultos às birras das crianças dos outros há dois grandes tipos: os que dizem “ai, coitadinha da criança. Compre lá, é só desta vez que ela para a próxima já não faz birra, não é?” ou então o também tradicional “olhe que se é pelo dinheiro eu pago o chocolatito. Toma lá 2 euros pequenote!” Mas depois também há a versão harcore: “Filha minha não fazia uma birra dessas em público. E se fizesse levava logo duas bofetadas que ia ver o que é bom pra tosse!”

Enquanto adultos as birras são especialmente visíveis nas relações amorosas. Muitas vezes as birras surgem pelos motivos mais insignificantes, mas não deixam de ser birras. E aqui as mulheres desempenham um papel central. Mas também convenhamos que existe um lado bom quando as mulheres fazem birra ou amuam. “Mas há por ventura algum lado bom nisso?” Se eu acabei de dizer que há está a perguntar pra quê? É só pra arreliar não é? O lado positivo é que uma mulher fica extremamente sexy quando está assim.

Quanto aos seniores ( e não idosos que essa palavra caiu em desuso! Ah, não tinham reparado? É verdade, agora parece que se tem vergonha em dizer velhos! É como se eles não soubessem a real idade e tivéssemos que guardar segredo!) não pensem que ficam de fora da equação! Não, nada disso! Diga-se de passagem que quando se aguenta uma vida de birras e amuos não é na velhice que se vai ceder não é? Claro, é a fase: “o pior já passou, agora daqui até à meta é um tirinho!” Escusado será dizer que a meta aqui simboliza a “derradeira morada”. Os velhotes são danados pra fazer birras, e quase sempre o motivo é o mesmo: têm a mania de que têm sempre (mas MESMO SEMPRE) razão. Seja em que área for eles certamente têm um sábio conselho (e não um concelho, atenção. A não ser que sejam presidentes de câmara, aí sim para além de um conselho terão também um concelho).

Escusado será dizer que em muitos casos eles não têm razão, mas não os desiludam que alguns são autênticas crianças e ainda fazem uma birra e vos humilham publicamente! (Depois não digam que eu não avisei!)

A vida devia de ter banda sonora

Sou um amante da música. Sou viciado em música. Passo dias praticamente inteiros a ouvir música nos headphones e certamente me arrependerei disso no futuro e darei razão aos meus pais por ouvir música tão alto, mas agora é exactamente assim que quero estar! A música faz de tal forma parte da minha vida que eu até sou locutor de rádio! (E não, isto não é uma piada!)

Por todos estes motivos e mais um acho que a vida devia de ter banda sonora. Não estejam já a fazer essa cara, escutem primeiro a ideia!

Que bom que seria ter sempre connosco uma música que espelhasse o nosso estado de espirito, que “falasse” por nós nos momentos difíceis, que partilhasse a nossa alegria ou que transmitisse os nossos sentimentos nas situações delicadas e quando estivéssemos frágeis.

“Mas como é que fazíamos isso?” Vocês adoram meter-se onde não são chamados, não é? E têm prazer em apontar as falhas dos outros! Não deviam de ser tão mauzinhos, isso faz-vos pedras nos rins!

Imaginem que durante um momento de importante da vossa vida escutariam automaticamente alto e bom som o épico “Conquistador” dos Da Vinci, que durante um momento de tristeza profunda ouviriam o “Tears in Heaven” do Eric Clapton. Ou ainda que durante um momento de descontracção ao pôr-do-sol poderiam dar-se ao privilégio de escutar um som relaxante. Não esquecendo a bela da música romântica para os apaixonados, ou recém-apaixonados, consoante o caso.

Por vezes bastaria uma frase ou duas, ou mesmo uma estrofe, dependeria do que pretendêssemos transmitir. As hipóteses são infindáveis e estariam de acordo com os gostos de cada um! (Acho que este ponto de exclamação espelha bem o entusiasmo que tenho em relação a esta ideia).

A mim parece-me um conceito vencedor. Acho que era o extra perfeito. Quando os nossos pais fizessem o pedido às cegonhas de Paris só tinham de pedir o extra. (E não se atrevam a dizer que os bebés não vêm nas cegonhas de Paris, é que não se atrevam! Há mitos que devem permanecer, e este é um deles!)

“Ah, isso é tudo muito bonito, mas imagina o caso das crianças naquela fase em que ainda só ouvem cantilenas infantis ou músicas do Bieber ou aquelas pessoas que têm um péssimo gosto musical…teríamos de ouvir tudo isso!” Pois é, está bem visto sim senhor…ainda não tinha pensado nas consequências negativas e contra factos não há argumentos. Se geralmente vocês costumam ser implicativos, agora acertaram em cheio (também alguma vez teria de ser não é?).

Claro está que no dia em que tudo isto for possível também teremos outras consequências negativas como por exemplo a possibilidade de nos ligarmos em segundos e apenas com o poder da mente à loja online da Apple para comprarmos as músicas da banda sonora da nossa vida ou da vida de alguém que nos rodeie. Ou ainda, por exemplo, ouvir publicidade no interior da nossa mente, apenas de produtos relacionados com o nosso gosto musical. Bom, esperemos que pelo menos esta segunda parte não se concretize, senão aí é que nunca mais teremos descanso.

Era ainda o adeus aos mp3 e à quantidade insana de pilhas gastas nestes dispositivos ou às horas infindáveis de carregamento á corrente nos casos mais modernos, mas também à possibilidade de ficarmos sem pilhas ou bateria a meio de uma viagem ou de perdemos o respectivo aparelho.

(P.S: No hipotético caso de alguma destas ideias ser aproveitada por quem que seja eu quero receber metade dos lucros, estamos entendidos? Espero bem que sim. Vou confiar em vocês, mas só desta vez!)