terça-feira, 17 de julho de 2012

Entrevista exclusiva com os Macacos do Chinês!

Desta vez trago-vos algo diferente. Pela segunda vez na história deste blogue tenho para vos oferecer uma entrevista exclusiva, desta vez com os sobejamente conhecidos Macacos do Chinês! Deliciem-se com as suas respostas! Aqui ficam o meu sentido obrigado aos Macacos do Chinês e à Ana Borges por tornarem esta entrevista exclusiva possível: Muito Obrigado! :)



1- Antes de mais temos que abordar o nome da vossa banda, porquê "Macacos do Chinês"?  Chegaram a considerar outros jogos de infância para o nome da banda? "Os Cabra Cega" ou "Os Reis Mandam" parecem-me opções alternativas muito válidas....qual a vossa opinião sobre estas minhas opções?
São boas opções, mas na altura nem pensámos muito em alternativas depois de nos lembrarmos de Macacos do Chinês. O nome surgiu por ser em português e ser parvo e ao mesmo tempo falar de um jogo que faz parte de um legado cultural que queríamos ir beber. O nome surgiu pois permitia-nos ter uma atitude na nossa música sem muitos limites.

2- Como surge o vosso projecto? O que os levou a formar uma banda?
O projecto surge da vontade de ouvir a música que andava na nossa cabeça, e ao início eram mesmo só 3 pessoas a fazer música só pela diversão. Após termos um grande feedback no myspace na altura e termos sido convidados para ir tocar a Londres num festival, decidimos levar a sério o projecto e a banda formou-se. Não era uma opção para nós fazermos o formato dj - mc.

3- Como chegaram à Enchufada e como começou a vossa colaboração?
A Enchufada foi um processo natural. É pessoal que já conhecemos desde há muitos anos e as ligações são deep. Quase nem houve muito que pensar, surgiu o convite e siga para bingo.

4- As diversas redes sociais onde estão presentes são plataformas importantes para darem a conhecer o vosso trabalho?
Sim sem dúvida. Nós se calhar tivemos sorte por termos apanhado o auge do myspace e termos tido um bom buzz na altura em que começámos. É incontornável o poder das plataformas sociais para espalhar o nosso trabalho.

5- Aquando a Gala dos 15 anos da TVI interpretaram a "Tourada". O desafio partiu da TVI ou foram vocês que escolheram interpretar uma versão adaptada da "Tourada"?
O desafio partiu da TVI. Na altura deram-nos a escolher alguns temas que tinham participado no Festival da Eurovisão, alguns clássicos como a "Desfolhada" e "Sobe Sobe Balão Sobe", mas a “Tourada” apelou-nos mais, pela música em si e pelo formato se enquadrar mais com a voz do Alex, que é quem canta a parte que o Ary dos Santos escreveu e o Fernando Tordo cantou.

6- Nos vossos concertos tocam essa versão da "Tourada"? Alguma vez obtiveram algum tipo de feedback do próprio Fernando Tordo em relação a essa vossa interpretação?
Já a tocámos algumas vezes, mas também depende do sítio onde vamos tocar. Tivemos o privilégio de tocar a nossa versão à frente do Fernando Tordo e ele deu o seu feedback, positivo seja dito (risos). Disse ainda que o Ary dos Santos se estivesse vivo subscreveria as adendas que o Miguel escreveu para a versão. É algo de que estamos todos orgulhosos.

7- Lançaram recentemente um novo disco, não é assim?
Temos um disco novo em mãos, "Vida Louca", que estamos a promover neste momento, temos já 2 singles cá fora com vídeo, "Dai-me Forças" e "Selva", e mais se avizinham. Temos planos de fazer mais vídeos e lançar uma mixtape ainda em 2012.

8- Quem tiver ficado curioso e quiser conhecer o vosso projecto onde o pode fazer?
Pode faze-lo na nossa página www.macacosdochines.com ou então ir ao nosso Facebook:  www.facebook.com/mdcfans Temos também um canal youtube e um soundcloud.







Bebés


Esta semana vamos falar sobre crianças, mais concretamente bebés. E começa logo pela forma de escrever e pelo acento. É que inicialmente parece que a palavra tem dois acentos, mas afinal só tem um. Eu até escrevia com dois, mas o corrector ortográfico diz-me que é só com um e eu sou um purista da escrita. Mas não deixem de pôr acentos, se não fica estranho e pode originar algum mal-entendido.

Indo ao tema propriamente dito, e antes de falarmos dos bebés, temos de falar das grávidas. Sou o único a achar que quando temos alguma amiga ou familiar grávida parece que aparecem grávidas de tudo quanto é sítio? Nessas alturas para onde quer que olhemos está lá uma grávida, é impressionante! É um autêntico fenómeno da multiplicação.

Depois, durante a gravidez passam todas a falar em semanas. Mas de forma literal! E curiosamente ou não são sempre números que nos obrigam a fazer um sem-fim de contas para perceber de quantos meses está a pessoa afinal, do género: “De quantas semanas está? Estou de 32 semanas!” Não é por nada, mas isto é claramente bullying às pessoas que têm a matemática como o seu calcanhar de Aquiles! Entretanto o bebé há-de nascer e mesmo antes de a mãe o ver certamente que vai dizer: “Não é por ser meu filho, mas é um bebé lindo não é?” E quem feio ama belo lhe parece por isso tudo bem.

Depois de o bebé nascer, deixam de falar em semanas para falar em meses. Porque os petizes não têm um ano e dois meses, têm 14 meses. O que, mais uma vez, nos vai levar a fazer contas de cabeça durante uns bons minutos até perceber a real idade da criança. Isto para mim só tem um nome: sadismo!

Mais cedo ou mais tarde a criança há-de se aleijar, mesmo que seja de forma insignificante, e aí entra uma das grandes tradições que é o tão conhecido: “Deixa a mãe dar um beijinho que isso já passa!” Ou seja, é mãe a tempo inteiro e curandeira em part-time, é isso? Porque carga d’água é que um simples beijo da mãe, da tia, ou de qualquer outro familiar, tiraria as dores de forma instantânea? É o cúmulo da inocência, cá pra mim.

Mas há outros dramas, como por exemplo aquelas alminhas que acham que é boa ideia dar ao filho o nome do pai ou o nome da mãe. E depois, durante toda uma vida cada vez que chamar-mos o António lá vem a pergunta: “Tás a chamar-me a mim ou ao meu pai?” O cúmulo é quando para além dos nomes, pais e filhos partilham também as roupas e aparecem vestidos de igual! É como se tivessem um duplo, mas eu formato económico. Este drama ganha especial relevância quando falamos de irmãs gémeas. Portanto, já são gémeas e totalmente iguais e eles para ajudar vão vesti-las de igual. Está certo, tem lógica sim senhor! É impressão minha ou este é mais um exemplo de sadismo? Não é preciso responderem que eu já sei que concordam comigo.

Bom, e por esta semana estamos conversados. Para finalizar deixo-vos a seguinte mensagem: Façam o amor e não a guerra. Ou o contrário se fizer menos barulho. Pode ser? Muito Agradecido.

Até para a semana e façam bebés que Portugal bem precisa (mas só dos bonitos que dos feios já cá temos muitos, ok?)

Quente & Frio


Quem, como eu, cresceu nos anos 90 desfrutou de uma liberdade só possível graças ao facto de a internet só chegar em força uns bons anos depois. Os computadores eram caros, a internet era lenta e também ela estava acessível apenas para alguns lares. E, para quem cresceu no início dos anos 90, isso não era um problema porque não sabíamos bem o que era a internet e porque não conhecíamos as suas potencialidades. Era algo de completamente novo e diferente que com o passar do tempo teve um desenvolvimento totalmente inesperado e que superou as expectativas de tudo e todos!

Estávamos portanto habituados a viver sem a internet e não passávamos horas infindáveis em frente a um ecrã de computador. Passávamos todo o tempo que pudéssemos ou em casa de amigos (ou recebíamos os amigos na nossa própria casa) ou na rua a fazer mil e uma coisas, normalmente disparates.

Uma das brincadeiras mais popular era o “Quente & Frio”! Para quem não está familiarizado o conceito é bastante simples: algo era escondido em alguma parte da casa (ou da rua, dado que nem sempre o jogo acontecia em casa) e quem tinha escondido o objecto dava indicações aos restantes em formato de temperaturas. Que é como quem diz “quente” para quando estavam próximos e “frio” para quando estavam longe.

Parte da magia do jogo estava na esperteza no momento de esconder o objecto e na destreza e rapidez no momento de o encontrar. Mas era igualmente vital a forma como prestávamos indicações sobre a distância a que se encontravam do objecto! Porque para além do “tradicional” quente e frio mais expressões eram utilizadas, como por exemplo: “Tá tipo iceberg. Agora parece uma pedra de gelo. Agora estás mais perto, está “só” gelado, ligeiramente frio, agora tá morno. Está a ficar quente…está ainda mais quente. Está a escaldar!”

E agora que já consegui encontrar o vosso interruptor da nostalgia e o botão da saudade vamos à parte que ninguém quer admitir: a batota.  A batota era abundantemente praticada por todos, a pontos de ninguém reclamar dado que todos a fazíamos a certo ponto! Neste jogo em particular era bastante fácil desnortear os adversários e fazê-los andar às voltas até chegarem ao destino pretendido.

Em criança/adolescente a imaginação e a capacidade de improviso está ao máximo e foi fazendo uso dessas habilidades que um dia aconteceu o jogo de “Quente & Frio” mais original de sempre! Eu morava no rés-do-chão enquanto que um dos meus amigos morava imediatamente por cima, sendo que eu possuía um quintal de dimensões reduzidas (mas com a medida certa para valentes tardes de brincadeira e correria) e o meu amigo uma janela de amplas dimensões virada para o meu quintal! Certo dia nem eu podia ir a casa do meu amigo, nem ele podia vir à minha (o motivo não me recordo, mas não interessa para o caso em questão), contudo eu podia estar no quintal e ele podia estar à janela.

Obviamente que aproveitámos essa lacuna para fintar os nossos castigos e ter uma animada tarde de brincadeira! Mas não havia objectos para esconder, por isso como bons portugueses que somos, improvisámos e adaptámos o jogo a nosso belo prazer. O objectivo passou a ser descobrir qual flor ou planta escolheu o adversário. Pequena adaptação que nos conduziu a belos momentos de diversão. Naturalmente que houve espaço para a batota e para a aldrabice, mas à época nenhum de nós se importava verdadeiramente com isso: perder um jogo era motivo para nos aplicarmos a dobrar no seguinte.

Posta esta descrição que tal irmos todos ali para a Expo e fazermos uma mega sessão de “Quente & Frio”? Eu alinho, aliás já estou a caminho e tudo! Não se atrasem, levem objectos que possamos esconder e nem pensem em fazer batota senão levam um calduço!

Até pra semana gente bonita!

A que categoria pertence? (Parte 2/2)


Ora bem, temos um assunto pendente não temos? Temos sim senhor, não se façam de desentendidos! Para quem perdeu o “episódio” anterior vamos lá recapitular o essencial: este vosso amigo que vos escreve todas as semanas tratou de dividir os passageiros dos transportes públicos em categorias (por transportes públicos entenda-se comboio e metro, não é que despreze os outros, apenas não os frequento): os dorminhocos, os “semi-intelectuais” e aqueles que falam ao telemóvel demasiado alto.

Vamos a isto então? Sou um único a ficar extremamente irritado com aquele tipo de pessoas que vão a ouvir música em altos berros em pleno comboio? Atenção que eu não sou contra o ouvir-se música! Muito pelo contrário, dado que eu mesmo não consigo passar um único dia sem ouvir música. Sou contra é o ouvir-se música no máximo obrigando todos os restantes passageiros a ouvir aquela música! E porque será que sempre que isso acontece a música nunca, mas nunca, se aproveita? Das duas uma: ou é uma música foleira ou que já passou de moda (actualmente um bom exemplo é o “Ai se eu te pego”) ou então é música totalmente imperceptível, como por exemplo música indiana. Não é por nada mas parece que o volume da música é inversamente proporcional ao bom gosto.

Acho particular piada a todos aqueles que têm a mania que são seguranças. Aqueles que aconteça o que acontecer vão sempre bem junto à porta e fazem questão de carregar no botão para que as portas se abram apenas no preciso momento em que eles querem, estão a ver esse tipo de pessoas não estão? E como se tudo isto não chegasse ainda fazem questão de estar mesmo no meio do caminho tendo assim que obrigar os passageiros que pretendem entrar e sair do comboio a pedir “com licença, deixa-me passar sff? Obrigado”! É o típico “poderzinho” tão português! Se ele se podia desviar e deixar as pessoas passar? Podia, mas não era a mesma coisa! Para mim a cereja no topo do bolo é quando eles vão com as mãos atrás das costas, tal qual um segurança de um estabelecimento nocturno. Só falta falarem no consumo mínimo!

No final deste texto impõe-se a questão: mas afinal a que categoria pertences tu? Devo confessar que não pertenço a uma categoria, mas a várias. É verdade, a sério! Admito que aproveito as viagens de comboio para recuperar algum do sono perdido. Mas eu tenho uma relação muito “especial” com os meios de transporte porque acabo sempre por adormecer, mesmo que não tenha sono! Mas também me confesso como um apaixonado pela leitura logo não poucas vezes leio alguns livros durante as viagens (o que dá um jeitão não só para ocupar o tempo como também para acelerar o ritmo de leitura e chegar rapidamente ao final do livro). Finalmente admito que é possível que uma ou outra vez já tenha falado ao telemóvel um pouco alto demais, mas isso é porque a minha voz é grave e falo naturalmente alto, não tenho culpa!

Muitas mais categorias podiam ser exploradas mas estas são de facto as mais comuns. Agora o que é incontestável é que cada viagem de comboio ou metro é uma odisseia onde nos deparamos com as personagens mais improváveis, tornando cada dia único e diferente à sua própria maneira! Nunca se sabe se um dia destes não regresso a este tema….

A que categoria pertence?


Vamos falar de transportes públicos? Vamos pois, ainda bem que estão de acordo! E mesmo que vocês não quisessem íamos falar na mesma que sou eu que decido os temas dos textos para esta rúbrica! “Mas vamos falar da divida dos transportes públicos e das greves constantes e sem sentido?” Não, para isso já temos muitos comentadores na nossa praça! Vamos antes aqui dissecar os diversos tipos de passageiros que existem!

Para quem é um utilizador diário dos comboios e do metro como é o meu caso não é difícil elaborar toda uma tese de mestrado sobre os diversos tipos de passageiros que encontramos diariamente!

Comecemos pelo mais comum: o dorminhoco! Dentro desta categoria temos os dorminhocos profundos, que são aquelas pessoas que aconteça o que acontecer simplesmente não acordam. Dá a sensação de que mesmo que o comboio estivesse repleto de hooligans a entoar todos os cânticos de todas as claques do mundo eles iriam acordar. Eu pessoalmente rio-me bastante a ver os passageiros que integram esta categoria, principalmente aqueles cuja cabeça não para de teimosamente cair, dando azo a autênticas cabeçadas na atmosfera, qual Hélder Postiga que isolado e com baliza aberta consegue cabecear á barra e no remate seguinte acertar na bandeirola de canto.

Vamos a outra categoria? São os semi-intelectuais! Ou seja, são todos aqueles que aproveitam as viagens de comboio e metro para colocar a leitura em dia. E aqui temos de tudo, de um extremo ao outro: desde aquelas senhoras de meia-idade que formam autênticas tertúlias ambulantes onde discutem as temáticas abordadas nas revistas cor-de-rosa, até aos individuos que lêem Dostoievski ou mesmo um Dan Brown. Confesso que admiro quem consegue andar com autênticos tijolos todos os dias! É que parecendo que não há livros que estão mais próximos da categoria de “objectos de arremesso” que da categoria “livros”.

Categorias há que conseguem simultaneamente ser cómicas e estupidamente irritantes, como aquelas pessoas que falam ao telemóvel no comboio. Existem portanto dois graus diferentes: aquele tipo de pessoas que apenas fala demasiado alto ao telemóvel sem qualquer justificação fazendo com que não só os restantes passageiros do comboio como toda a população num raio de vinte quilómetros fiquem a saber todos os detalhes da sua vida. E por outro lado temos os cómicos, que são aqueles que falam através de um pequeno auricular que fica escondido na orelha induzindo em erro os que o rodeiam. Ou seja, faz com que toda a gente à sua volta pense que está a manter um diálogo consigo mesmo! Estes casos acontecem muito mais frequentemente com as mulheres visto possuírem cabelos longos que tapam totalmente o referido auricular.

Estar apaixonado


Estar apaixonado é a melhor sensação do mundo e só quem nunca esteve realmente apaixonado é que pode dizer o contrário. Este é um texto que vem completar uma trilogia sobre o amor. Primeiro foram as várias formas que o amor assume ao longo dos anos e a forma como ele evolui, depois a rejeição e agora o estar apaixonado.
Estar apaixonado é como que receber uma dose dupla de energia, é sentirmo-nos a pessoa mais feliz do mundo, é ter sempre os olhos a brilhar, é não conseguir pensar em mais nada nem em mais ninguém a não ser “naquela” pessoa e no momento em que a vamos rever. É querer estar sempre com essa pessoa e estar disposto a fazer tudo, e quando eu digo tudo é mesmo tudo, para estar dois minutos com ela e trocar meia dúzia de palavras. É ter um arrepio na espinha e um friozinho na barriga sempre que vemos a pessoa amada. É não ver nem ouvir mais ninguém mesmo que estejamos no meio da multidão.

É estar sempre a olhar para o telemóvel e a roer as unhas enquanto ela não responde à mensagem que lhe mandámos. É ficar com o coração nas mãos se não temos uma resposta passados dez minutos pensando logo o pior. É esperar ansiosamente pelo momento em que os nossos lábios e os dela se vão reencontrar e como se aquele fosse o último beijo antes do Juízo Final. É perder o fôlego enquanto esse mesmo beijo acontece, qual asmático que em pleno ataque de asma revira toda a casa procurando pela sua bomba. É fazer dessa pessoa o nosso último pensamento antes de adormecermos e o primeiro assim que acordamos. É enviar uma mensagem a dizer “boa noite, dorme bem” antes de nos deitarmos e uma a dizer “bom dia, lembrei-me de ti ao acordar” quando nos levantamos. É querer partilhar com ela todos os momentos, inclusivamente os mais pequenos e aparentemente insignificantes.
É sentirmo-nos preenchidos e completos quando estamos lado a lado. É dar mais valor aos pequenos gestos como dar as mãos. É redescobrir o quão bom pode ser um abraço. É ser capaz de correr a meia maratona ou de ir a Fátima a pé para satisfazer um pedido ou fazer uma vontade à pessoa amada. É ter ciúmes quando o alvo principal da atenção da pessoa amanha não somos nós. É ser egoísta ao ponto de não a querermos partilhar com mais ninguém nem com a família ou os amigos.

É não gostar de ver outros homens a olhar para o decote ou para os minicalções que a nossa “mais-que-tudo” tem vestidos. É achar que todos os homens presentes na praia estão de olhos bem fixados na nossa paixão e no seu bikini bem mais reduzido do que seria se fosse ao nosso gosto. É achar que todos os comentários e risos entre homens quando ela passa são piropos indecentes envolvendo actividades demasiado físicas e certamente bem longe do limite invisível por nós traçado.

Sabemos que estamos realmente apaixonados quando gostamos de tudo o que a outra pessoa faz ou diz e quando até os mais irritantes defeitos passam a ser “fofinhos” ou “queridos”.

Quer queiramos quer não tudo tem um fim, tudo está à partida condenado a terminar. O que nos compete é dar sempre 200% para tornar estes períodos cada vez mais prolongados no tempo adiando assim sucessivamente a despedida final. Compete-nos viver intensamente todos os segundos e aproveitar cada instante como se fosse o último. Compete-nos amarmos os outros como nos amamos a nós próprios e dizer tudo o que sentimos e queremos dizer em tempo útil, não deixando pra amanhã o que podemos dizer ou fazer hoje.

O amor é perito em nos pregar rasteiras, em nos empurrar das escadas abaixo e fazer-nos sofrer de diversas formas e o cupido tem prazer em nos enganar acertando-nos com as suas flechas quando devia de estar quieto no seu canto. Mas nós temos de ser capazes de superar tudo isso, de colocar o nosso olhar no horizonte e pensar no que o futuro nos reserva e não no aconteceu no passado. Não nos devemos esquecer do que aconteceu, mas também não devemos de viver obcecados com isso.

Vivam intensamente, apaixonem-se, não tenham medo de errar e mantenham o olhar colado ao horizonte e nunca ao espelho retrovisor.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rejeição


Rejeição. Poucos sentimentos são tão dolorosos como este. E se pensa que é só nas relações amorosas que a rejeição está presente está profundamente enganado.

Obviamente que as relações amorosas são o principal exemplo, mas as situações possíveis são diversas. Estar apaixonado é maravilhoso. Parece até que sentimos tudo de forma muito mais intensa. Mas mais maravilhoso ainda é saber que esse sentimento é reciproco e que a outra pessoa sente o mesmo por nós. Isso sim é o verdadeiro amor. Mas saber se esse sentimento é mútuo ou não nem sempre é fácil e pode originar confusões, mal entendidos e desilusões.

O facto de nós gostarmos daquela pessoa especial, daquela amiga mais próxima e que é sempre tão querida para nós (porque nestes casos há sempre amizades há mistura, não é?) não significa que ela sinta o mesmo. E há um momento em que decidimos avançar e temos “A” conversa. Aquele momento em que respiramos fundo e avançamos destemidos em direcção ao precipício, mesmo sabendo que as probabilidades de sucesso são semelhantes às de Portugal vencer o Euro 2012. E a dita conversa na esmagadora maioria dos casos é assim que decorre: um avanço da nossa parte, o espanto espelhado no rosto contrário e uma recusa em tom amigável que nos faz dar um passo em frente rumo ao abismo, fazendo-nos perceber que tudo o que pensávamos serem sinais eram afinal de contas situações perfeitamente normais ou gestos queridos mas sem segundas intenções.

Ainda dentro das matérias do coração podemos também falar das relações de curta duração, ou seja, daquelas relações que parecem ter tudo para funcionar mas que subitamente acabam. E dependendo das relações tanto podemos estar do lado de quem rejeita como do lado do rejeitado, e escusado será dizer de que lado custa mais estar… O modo como vivemos o pós-final de relação depende da personalidade de cada um e de como for o final em causa, mas paira sempre no ar o sentimento de frustração, de termos sido apenas “usados” e de rejeição.

Mas a rejeição também acontece entre os amigos. Quem não foi já excluído do grupo de amigos(as) porque os restantes estão todos a falar sobre algo que para nós parece mandarim? Ou então quando parece que toda a gente pertence ao FBI e está a falar por código deixando-nos completamente à toa sobre tudo o que está a ser falado? Ah pois é, já nos aconteceu a todos pelo menos uma vez na vida. E nessas alturas que sentimento nos passa pela cabeça e pela alma? Rejeição, lá está. Agora o que mais irrita é quando esse grupo não só se apercebe que está a excluir alguém como ainda por cima parece estar realmente a ter prazer de o estar a fazer, isso sim deixa-me possesso!

Obviamente que este tipo de situações é diversas vezes involuntário e nem sequer tem malicia, mas não deixa de nos afectar. E verdade seja dita que já todos nós estivemos nos dois lados da barricada e também já contribuímos para fomentar em alguém o sentimento de rejeição.

Por isso lembre-se: “Evite a rejeição. Pratique a integração!” E eu nem sequer vou aqui dissecar os segundos sentidos deste lema….é que nem vou sequer começar!